quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O DESAFIO DE INTERVIR SEM ALTERAR

Jordânia Neves Baratto
4º ano Arquitetura e Urbanismo

Como já se conhece um monumento só é tombado nacionalmente quando tem muito valor para uma nação, e quando este fato (o tombamento) acontece, entra a questão de preservação de tal edifício.
É neste momento que começam questionamentos de como se dará esta preservação.

 Existem muitas leis, teorias, de como se preservar ou restaurar, como a teoria de Viollet Le Duc de que “restaurar é elevar os detalhes”.Le Duc deixava a sua marca nas obras que restaurava.

Outra  teoria é a de Ruskin do “anti-intervencionismo, ou seja, defender a autenticidade da obra”.
Enfim, são pensamentos e pensamentos que ás vezes na nossa cabeça se faz um nó, que é muito complicado desfazer.
Digo isso porque dentro de mim, escritora deste artigo, existem muitos questionamentos de como se preservar um monumento de grande representatividade para uma sociedade, seja por suas características arquitetônicas ou pelo valor cultural que tem, então pergunto” ATÉ ONDE POSSO INTERVIR PARA NÃO ALTERAR O QUE O MONUMENTO É?

  Em minha opinião, apesar das dúvidas, a teoria de Ruskin é a mais sensata, digo isso porque, acredito que nós não podemos alterar algo que conquistou um espaço, um valor, sendo o que sempre foi o máximo que podemos fazer é reparar para manter o que o monumento sempre foi sem mudar nenhuma característica.

  Utilizo aqui algumas das palavras de Claudia Girão que foi chefe da Divisão de Estudos de Acautelamento do Departamento de Proteção do IPHAN, ela se pronuncia em relação ao caso da demolição da marquise do Maracanã:

“O bem material tombado deve ser mantido em boas condições de integridade física e formal, para que possa continuar representando o valor simbólico que levou ao seu tombamento. A lei de tombamento é clara e precisa, não admite qualquer outra interpretação.”

Se posso expressar um sentimento em relação o que ela disse, posso dizer um “extremo alivio”, pelo fato de que ela como eu, acredita que não podemos, não devemos e não temos o direito de mexer, alterar a “idéia” de ninguém, nós não podemos alterar a história, nós devemos respeitá-la e sermos meros coadjuvantes dela. Toda a ruptura do passado com o presente dever ser levada em consideração, o que se deu em certa época deve ser mostrada da forma mais real possível.

 Coloco aqui um exemplo, para termos idéia do tremendo desrespeito com toda a história de uma época, em minha opinião deixo claro.

O questionamento aqui é: O QUE CHAMA MAIS ATENÇÃO?
 

Este é o museu Britânico. Resumidamente falando o Museu Britânico é um marco fundamental no estabelecimento do método museológico, além de representar diversos aspectos característicos tanto da sociedade inglesa vitoriana quanto do pensamento político e científico do século XIX.
Aberto em 15 de janeiro de 1759, após a aprovação do rei Jorge II em 1753, foi o primeiro grande museu público, gratuito, secular e nacional em todo o mundo.

Gostaria de ser mais especifica, o Museu Britânico na verdade é o que esta mais atrás, essa arquitetura clássica ao fundo, o que esta em destaque a frente é apenas um anexo.   
 Em  Dezembro de 2000 foi inaugurado o Great Court, a maior praça coberta da Europa. Ela ocupa o espaço central do prédio, ao redor da Sala de Leituras (The Reading Room) da biblioteca (que agora foi transferida para St. Pancras).
A construção do majestoso Reading Room, na década de 1850, foi primeiramente uma saída tanto para a falta de espaço, devido ao vertiginoso aumento do acervo, quanto mesmo para a própria aberração arquitetônica do imenso quadrilátero vazio que era parte do projeto original do arquiteto Sir Robert Smirke para o museu.

  Enfim, todo o projeto é bonito, nós vemos que foi construído em outra época, mas o fato é que ele “roubou toda a cena”, não foi respeitada a memória de toda aquela construção, muito menos o entorno dela, finalizo dizendo que é preciso respeitar o entorno, a história, o projeto,sempre, pois senão pode se mutilar algo que muito tem a contribuir para a nação.

2 comentários:

  1. JORDÂNIA

    EU NÃO CONCORDO COM SUA OPINIÃO, MAS ADOREI A SUA DEFESA E ARGUMENTAÇÃO SOBRE SEU PONTO DE VISTA.
    PARABÉNS!

    ResponderExcluir