domingo, 18 de setembro de 2011

AEC Franca/SP

            DANILO BERNARDES
4º ano Arquitetura e Urbanismo

           Alguns edifícios, além de servir para suprir algumas necessidades funcionais, motivo de ter sido construído, serve também como gancho na memória das pessoas em relação às lembranças. Quando o cidadão passa em frente ao edifício, relembra todas as emoções passadas naquele local.
            Na cidade de Franca acontece com a sede do clube AEC, antigo salão de festas situado no centro da cidade.


            O prédio passa por uma polêmica reforma que na verdade ninguém sabe ao certo como ficará, ou o que será no local no futuro, o prédio não foi tombado depois de tentativas frustradas, com algumas alegações de cultos vereadores como: O prédio não deve ser tombado porque ele não é antigo.
O proprietário antigo do edifício sentiu-se aliviado com o não tombamento, pois achavam que caso acontece o contrário o edifício iria desvalorizar-se, e o clube passava por sérios problemas financeiros e precisavam de comercializar para quitar dívidas.
Além das memórias das pessoas, que passaram a juventude frequentando o local, este faz parte do movimento moderno brasileiro com todas as características arquitetônicas, assim poderiam muito bem preservá-lo.



Comércio da Franca - Domingo
Autor: Chiachiri Filho
Função: Historiador
Data: 20/08/2011
“Terminada a missa, atravessávamos a praça, entrávamos na Rua Marechal Deodoro e dobrávamos a Campos Sales para ver os cartazes dos cinemas (o São Luís e o Odeon). Dos cinemas, caminhávamos até a AEC, principal clube da cidade. À nossa frente, geralmente, estava um grupo de meninas em pleno esplendor de sua juventude... Na AEC, se o dinheiro desses, tomávamos um refrigerante e voltávamos para casa... À noite, voltávamos aos cinemas para assistir à sessão das 8. Assim eram os nossos domingos.
O tempo passou. Os cinemas não existem mais, o Dr. Palermo não vai mais às missas das 10, a AEC foi destruída. As moças... As moças não enfeitam mais a praça com o ar de sua graça e beleza. Tornaram-se mães, tias, avós. Já passaram dos sessenta anos.
As moças, agora, enfeitam as nossas recordações. Não há como esquecê-las. Basta fecharmos os olhos para vê-las desfilando leves, soltas, rosadas, coloridas. Basta cerrarmos os olhos para sentir de novo o doce perfume da juventude”.
            Sou contra a preservação de um edifício ser preservado nos casos de vida ou morte como acontece no Maracanã que se não fizessem as alterações exigidas pela FIFA poderia ficar fora de um grande evento esportivo.
            Veja bem, Franca não é nenhum pólo econômico referência nem a nível regional, muito menos a nível estadual, para se falar que irá detonar com um prédio porque a ‘evolução’ chegou no local, muito menos por especulação imobiliária por exemplo, como se o prédio estivesse situado no Japão.
            O que estão fazendo com a antiga sede do clube é um desrespeito com Franca, quando cada tijolo cai com a descaracterização cai também a memória da cidade.
            Poderiam facilmente preserva-lo, modificando a parte interna do edifício para atender as necessidades de seus novos proprietários.
            A parte externa poderia continuar da mesma maneira independente de tombado ou não, é uma questão cultural da cidade, que até o projetista da reforma poderia tentar o argumento antes de começar a descaracterização.
            De agora em diante quem for se lembrar dos bailes na juventude para contar aos netos, por exemplo, terá que realmente ficar só nos contos, ou senão até levar o neto no local para ele ficar mais inteirado com a conversa e contar: Foi aqui nesse comércio que eu passei minha juventude, não havia nada do que se tem hoje, nem parece o mesmo local, mas tenho certeza que o número do imóvel é esse, então foi aqui, não erramos o endereço.

3 comentários:

  1. MUITO BOM DANILO
    MOSTROU DOMÍNIO E PESQUISA SOBRE O ASSUNTO

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  2. em todo mundo existe a preocupação de se preservar edificios que representem valor arquitetonico ou historico. Aqui em franca, ou se demole ou se descaracteriza! Nenhuma reação se percebe de setores publicos ou privados. Nh manifestação de entidades de classe (arquitetos / engenheiros, estudantes ou ongs ).
    "O endereço da AEC, caro Chiachire, permanecerá o mesmo, mas o atentado feito a este marco arquitetonico e à nossa memória, já está consumado!Infelizmente v. foi será poupado de constatar a descaracterização insana realizada ali.

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  3. Eu trabalhei nas bandas Censura Livre e Banda do Brejo de Valinhos-sp, tenho lindas recordações do AEC, época que se ouvia música, que os bailes eram os bailes, aliás se alguém aí quiser levar a Banda do Brejo aí em Franca, no Castelinho por exemplo, ela está de volta, se quiserem podem me liga (19) 99703-9958, email somfine@hotmail.com eu era técnico de som da Banda, abs, espero que alguém leia este comentário e me responda.

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