Tássia Beatriz Bueno Peixoto
4º ano Arquitetura e Urbanismo
Basílica de Nossa Senhora do Carmo, Recife, é um bem tombado.
A preservação da memória de um povo está diretamente relacionada à conservação de seu patrimônio cultural. O processo de tombamento, no entanto, nem sempre é garantia de manutenção da memória, que muitas vezes se desfaz pela falta de incentivos públicos e privados. Tombar é a forma de proteção por lei que prevê punições ao seu descumprimento, podendo existir em três âmbitos: Nacional, Estadual e Municipal.
Qualquer cidadão pode e deve exercer sua cidadania, interferindo diretamente no processo de tombamento do patrimônio cultural, pois estes integram a herança nacional comum.
Como a proteção da herança nacional é de interesse do estado e da sociedade, foram criadas normas baseadas no Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937.
Além de casas antigas, podem ser tombados áreas urbanas, como centros históricos ou bairros, áreas naturais, e também bens móveis, como coleções de arte ou objetos representativos de um acontecimento histórico. Também é possível o registro do patrimônio imaterial, como o samba de roda e o frevo. A proteção que o patrimônio imaterial ganha é viabilizar projetos que o ajudem a mantê-lo vivo, por meio de parcerias com instituições públicas e privadas, que irão colaborar com pesquisas e projetos que dêem suporte para sua continuidade.
A partir do momento em que o patrimônio entra em processo de tombamento, ele não pode ser destruído ou descaracterizado.
O reconhecimento do patrimônio histórico abarca os mais variados elementos da cultura.
O tombamento é apenas uma ferramenta para se preservar um bem. Apesar de ser considerada a mais confiável, existem outras formas de preservação, que é de responsabilidade do poder público. De acordo com um trecho retirado da Revista Veja, maio/2009: “o Iphan diz que, o inventário é a primeira forma para o reconhecimento da importância dos bens culturais e ambientais, por meio do registro de suas características principais. Os Planos Diretores das cidades também estabelecem formas de preservação do patrimônio, assim como a criação de leis específicas que estabeleçam incentivos à preservação”.
Um exemplo real que está acontecendo no dias de hoje e que demonstra o que não deve acontecer, que é a descaracterização de um bem tombado. O Maracanã está sofrendo com a retirada da marquise que será substituída por uma lona. Ele é mundialmente conhecido e já foi o maior estádio do mundo, e não está sendo preservado de maneira como realmente deveria ser. Como ficará a imagem para as futuras gerações depois desta mudança, sendo que ele já foi o maior? Provavelmente estas gerações não terão o conhecimento de como era a época que o consagrou. O que envolve é a questão do dinheiro e por isso eles passam por cima de uma questão séria como é o processo de tombamento. Outro caso é a AEC de Franca, esta é uma obra modernista e diferente para a época que foi construída. E para os órgãos públicos da cidades é simplesmente uma construção, como outra qualquer. Eles não pensam e não tem a cultura de enxergar a construção como uma obra que faz parte da arquitetura moderna. Além disso, faz parte da herança cultural das pessoas, que hoje se lembram dos tempos dos bailes e diversões. Envolve muito a questão do dinheiro e do marketing, de pessoas como os próprios “donos” que pressionam para vender ou fazer algo diferente e se sair “bem” perante a população e não conservar o patrimônio tombado.
Maracanã, antes da reforma para a Copa de 2014.
Imagem da nova cobertura do Maracanã
“A Universidade Federal do Rio de Janeiro conclui que a marquise do estádio estava comprometida e precisava
ser refeita. Em seu lugar será construída uma cobertura de lona tensionada”.
ser refeita. Em seu lugar será construída uma cobertura de lona tensionada”.
Projeto do “novo” Maracanã
Antiga fachada da AEC Centro
Fachada em reforma da AEC Centro
Portanto, é necessário que alguns móveis, imóveis, áreas urbanas como centros históricos ou bairros, áreas naturais, etc., sejam tombados por uma questão de ser a herança de um grupo. O tombamento visa preservar e se não existisse esse meio, o que seria de nossas encantadoras obras e projetos magníficos que existem por esse Brasil afora? E nossas culturas e danças? Talvez nem existiria por causa de pessoas “gananciosas” que preferem destruir acabar com o “antigo” e mostrar que o seu bem imóvel é mais importante do que a memória e cultura de outras pessoas. Mais claro, esse não é o único problema. Existe também a questão do dinheiro que fala mais alto, como foi dado o exemplo do Maracanã e da AEC Franca.
Se não houver uma preservação do patrimônio cultural, a memória de gerações futuras ficará vaga e não saberão como as pessoas viviam antigamente e quais eram as historias da arte, da cultura e do convívio da época sem as tecnologias.
MUITO BOM TÁSSIA
ResponderExcluirVOCÊ DESENVOLVEU UM TEXTO QUE COMEÇA APRESENTANDO O CONCEITO DE TOMBAMENTO, AS FORMAS DE PROTEÇÃO E ENCERRA COM QUESTÕES ATUAIS DE DESRESPEITO AO PATRIMÔNIO TOMBADO (MARACANÃ) E O QUE NÃO FOI TOMBADO (AEC).