quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

NARRADORES DE JAVÉ



Filme de Eliane Caffé, sobre o povoado do Vale de Javé que está sendo obrigado a sair de suas terras em nome do progresso.






segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O DIREITO À MEMÓRIA COLETIVA

“A orientação e eficácia do trabalho com o patrimônio cultural dependem,
visceralmente, de nosso projeto de sociedade,
do tipo de relações que desejamos instaurar entre os homens.”
(Menezes 1992: 194) O DIREITO À MEMÓRIA



QUAIS OS PROBLEMAS E NECESSIDADES DA SOCIEDADE ATUAL?

O QUE PROPOMOS PARA A SOCIEDADE COMO ARQUITETOS E URBANISTAS?

COMO O PATRIMÔNIO DO PASSADO PODE CONTRIBUIR NA REALIZAÇÃO DE NOSSOS PROPOSTAS PARA O PRESENTE?



O texto do professor da UFRJ e arquiteto do IPHAN Leonardo Marques de Mesentier apresenta um conjunto de reflexões muito importantes para a sociedade do futuro.




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CASA FEITA COM MATERIAL DE DEMOLIÇÃO - Revista Cláudia Julho de 1994












CONCEITOS SOBRE PATRIMÔNIO

Dia Nacional do Patrimônio Histórico: o Brasil tem memória?

Publicado: Quinta-feira, 12 de agosto de 2010 por Guilherme Martins


Desafios e conquistas na preservação do nosso patrimônio.

Murilo Gagliardi / www.itu.com.br
Foto
A Igreja da Matriz é um dos Patrimônios Tombados de Itu

Por Deborah Dubner e Guilherme Martins

17 de agosto é a data em que se comemora o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. Importante ou irrelevante? Conhecido ou esquecido? Depende! No Brasil, muitas pessoas ainda nem acordaram para o que seja um patrimônio histórico. Outras, no entanto, lutam bravamente para conservar a memória desse país, ainda novo, mas com tantas histórias para contar. E muitas dessas histórias estão refletidas e tatuadas justamente...em seus patrimônios!

Patrimônios Históricos

Patrimônio Histórico e cultural refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor socialmente significativo, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico. São palpáveis ou mesmo intangíveis, e colaboram para caracterizar uma população, agregando valor e distinguindo-a das demais.

É comum ouvir que o Brasil é um país sem memória. De certa forma é verdade, tendo em vista a quantidade enorme de construções significativas que foram destruídas por falta de zelo ou consciência. No entanto, esta realidade tem mudado ao longo das últimas décadas.

Atualmente, o Brasil tem doze monumentos culturais e naturais na Lista do Patrimônio Mundial (World Heritage), da Unesco. Até 1999, havia 630 bens de 118 países inscritos nessa lista. Desses, 480 são patrimônios culturais, 128, naturais e 22, mistos.

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Em 1937, foi criado o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), onde o historiador e jornalista Rodrigo Mello Franco de Andrade trabalhou por mais de 30 anos, e cuja data do seu nascimento – 17 de Agosto – celebra o Dia do Patrimônio Histórico.

Uma das ações que garante a preservação é o tombamento: conjunto de ações que visa preservar, através de legislação específica, os bens culturais de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que eles venham a ser demolidos, destruídos ou mutilados.

Em seu esforço de preservação dos bens culturais do país, o IPHAN já tombou 16 mil edifícios, 50 centros urbanos e 5 mil sítios arqueológicos brasileiros. Dono de um acervo monumental, o instituto tem mais de um milhão de objetos catalogados, entre livros, arquivos, registros fotográficos e audiovisuais.

O IPHAN tem também, sob sua responsabilidade, diversas instituições, destacando-se o Museu Nacional de Belas Artes, Museu Imperial, Museu Histórico Nacional, Museu da República, Museu da Inconfidência, Paço Imperial, Cinemateca Brasileira e o Sítio Roberto Burle Marx.
Preservar e educar

Graças às pessoas - historiadores, estudiosos, apaixonados – que dedicam sua vida à preservação da memória, o Brasil tem hoje muito do que se orgulhar, quando se fala de Patrimônio Histórico. Um exemplo é a figura de José Antonio Barros Freire, que já organizou diversos DVDs sobre o patrimônio histórico do Estado de São Paulo.“Descobrir a nossa História nos monumentos, museus e igrejas e ver o Patrimônio Histórico tombado pelo Iphan e Condephaat - no Brasil e no estado de São Paulo - nos leva a valorizar a vida e trabalho dos nossos antepassados. Orgulho em ser descendente! Ancestrais queridos, que de forma heróica, junto aos índios, africanos, europeus e orientais, participaram na construção e desenvolvimento desta fantástica nação onde vivem os Brasileiros.” , declara Freire.

Os documentários de Barros Freire já foram tema da reportagem sobre Monumentos Históricos Tombados de São Paulo no programa da TV Record São Paulo, bem como em outros locais, como TV Cultura,TV USP,TV ALESP, Redes Sociais, Bibliotecas, Museus, Escolas etc.

De acordo com o documentarista, os brasileiros são apaixonados pelo país e estão totalmente disponíveis. O grande desafio, no entanto, é diariamente aumentar a veiculação de mensagens com conteúdo de qualidade.

“A música, dança, culinária, escultura, literatura, pintura e tantas outras tradições formataram nossa diversidade cultural, que atravessou séculos e hoje está presente nos saberes adormecidos do DNA de nosso povo. Nossa missão é seguir os ensinamentos de Mário de Andrade. Ele, que escreveu em 1937, o projeto de criação do IPHAN e inspirou o amigo, diretor do Instituto, Rodrigo Melo Franco de Andrade, a dizer: "educação popular é o meio mais eficaz de assegurar a defesa do patrimônio histórico e artístico nacional".

(...)

Refletir, ampliar, alterar, cuidar!

Ao passear pelas ruas de Itu, ou de qualquer cidade, acorde o olhar para a memória e história do povo. Olhe em volta, perceba o invisível, aguce os sentidos. Você pode estar diante de uma preciosidade e nem perceber. Há detalhes, nuances, curiosidades, segredos. Há vida por trás das paredes, nas calçadas, janelas, fechaduras.

Nos Patrimônios Históricos está a história das pessoas. É questão de valorizar e aprender a cuidar. Afinal, é o que podemos deixar como legado para as próximas gerações.

http://www.itu.com.br/cultura/noticia/17-de-agosto-dia-nacional-do-patrimonio-historico-voce-sabe-o-que-e-20100811

ROUBOS DE OBRA DE ARTE

EM 2003 O SALEIRO FOI ROUBADO



 E SÓ FOI RECUPERADO EM 2006,MAS O NOME DOS LADRÕES NÃO FOI DIVULGADO

Polícia recupera "Saleiro de Ouro" de Cellini roubado em 2003
21 de janeiro de 2006 15h59 

A Polícia da Áustria recuperou o "Saleiro de Ouro", escultura do artista renascentista Benvenuto Cellini roubada em maio de 2003 do Museu de História da Arte de Viena e avaliada em 50 milhões de euros. Um porta-voz do Ministério do Interior austríaco confirmou a autenticidade da obra de arte. A ministra Liese Prokop e o comando da Polícia divulgarão os detalhes em entrevista coletiva no domingo.
A rede de rádio e televisão austríaca ORF informou hoje que a Polícia descobriu, em uma floresta perto da cidade de Zwettl, no estado de Baixa Áustria, uma caixa que podia conter a valiosa peça.
A Polícia deteve hoje um suposto envolvido no roubo do "Saleiro de ouro", um centro de mesa maneirista de ouro, esmalte e ébano considerado uma obra prima do escultor italiano. O suspeito se apresentou voluntariamente à Polícia depois que fotografias suas foram publicadas ontem e foi interrogado.
Na sexta-feira, as autoridades informaram sobre uma tentativa frustrada de entrega da obra de Cellini (1500-1571) e anunciaram a recuperação do tridente desmontável que compunha a peça. O fragmento foi pedido ao autor do roubo como prova de que a escultura ainda existia.
Em novembro, uma tentativa de recuperar o saleiro fracassou.
Desde outubro de 2005, as autoridades vinham mantendo contato com os ladrões.
A obra de arte renascentista foi roubada em 11 de maio de 2003, em uma ação audaciosa. O ladrão invadiu o Museu por um andaime e levou a peça de ourivesaria. A escultura mede 26 centímetros e foi criada em Paris entre 1540 e 1543 a pedido do rei Francisco I da França.

REFORMAS URBANÍSTICAS NO VALE DO ANANHANGABAÚ

Em 1993, debates sobre negociações do potencial construtivo e transferência do direito de construir.


REVISTA CONSTRUÇÃO SÃO PAULO Nº 2371 JULHO 19/93





REPORTAGENS DE 2011: CRIAÇÃO DE ATRATIVOS E GARAGENS

09/01/2011-09h38 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/857092-apos-20-anos-vale-do-anhangabau-no-centro-de-sp-tera-obras-de-revitalizacao.shtml

Após 20 anos, Vale do Anhangabaú, no centro de SP, terá obras de revitalização

DE SÃO PAULO
Hoje na FolhaQuase 20 anos após a conclusão de sua maior reforma, o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, deve começar a receber novas obras de revitalização em 2011. A informação é da reportagem de Evandro Spinelli publicada na edição deste domingo da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
De acordo com o texto, a ideia é que a obra, que começaria ainda neste ano, transforme o vale na principal praça da cidade. Como o projeto ainda não está pronto, não é possível saber o custo e o tempo de realização da obra. Mas as diretrizes já foram definidas e um esboço de como ficaria o Anhangabaú já foi feito pela Secretaria da Cultura.
Os banheiros instalados bem no meio do vale serão retirados para a construção de uma fonte. A região terá, ainda, quiosques para a instalação de bares e cafés. Na prática, o projeto vai retomar a ideia original da reforma realizada entre 1980 e 1992, que já previa um café no meio da praça.
Karime Xavier/Folhapress
Vista do Vale do Anhangabau, região central de SP, que terá edifício-garagem para atender Theatro Municipal
Vista do Vale do Anhangabau, região central de SP, que terá edifício-garagem para atender Theatro Municipal


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

GENTRIFICAÇÃO - PARTE 01

EDIFÍCIO SÃO VITO EM SÃO PAULO






PROJETOS URBANÍSTICOS PARA O PARQUE D.PEDRO II NA CIDADE DE SÃO PAULO, DE 30 MILHÕES DE DÓLARES PARA 1,5 BILHÃO EM 20 ANOS....E ATÉ AGORA...

PROJETO DO ARQUITETO JOSÉ PAULO DE BEM - EMURB EM 1990




1- Área administrativa/ comércio com galeria no térreo
2- Palácio das Indústrias / Prefeitura
3- Jardim Aquático
4- Praça/ Mirante / Administração do parque
5- Manutenção
6- Skate
7- Anfiteatro
8- Quiosque/ Alimentação
9- Praça Fernando Costa
10- Casa das Retortas

A- Mercado Municipal
B- Edifício São Vito
C- Colégio Estadual São Paulo
D- Edifício Guarany
E- Metrô
F- Quartel



PROJETO DA PESQUISA EM ARQUITETURA E AMBIENTE / USP 2011







REVISTA CONSTRUÇÃO - São Paulo nº 2235dezembro 10/90

5/Maio/2011

Sem concurso público, projeto de revitalização do Parque Dom Pedro II é finalizado em São Paulo



Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e Ambiente, vinculada à USP, foi contratada diretamente para o desenvolvimento dos equipamentos


Mauricio Lima


O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, apresentou ontem (4) o projeto de revitalização urbana do Parque Dom Pedro II, na região central da cidade. A construção deve ficar pronta em até seis anos, com custo de R$ 1,5 bilhão.
Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Perspectiva das unidades do Sesc e Senac (esquerda), tomada do início da região da rua Santa Rosa. Ao fundo, o edifício do Banespa e o centro histórico. À direita, o Mercado Municipal e o início da avenida Senador Queiroz


Sem a realização de concurso público para a seleção dos trabalhos, os projetos foram desenvolvidos pela Fupam (Pesquisa em Arquitetura e Ambiente) ligada à USP (Universidade de São Paulo), sob coordenação das arquitetas Regina Meyer e Marta Grosteina.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a contratação foi embasada na Lei Nº 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. "A contratação da Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e Ambiente (Fupam), pela SP Urbanismo, foi embasada especificamente em seu artigo 24, que trata da dispensa da licitação e está descrito em seu inciso XIII. 'Na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos". Ainda segundo a assessoria de imprensa, "a Fupam, ligada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo (FAU-USP) preenche todos os requisitos acima descritos, conforme consta em seus estatutos. Vale ainda ressaltar que todos os contratos da SP Urbanismo são auditados pelo Tribunal de Contas do Município".
Os destaques do projeto são as unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que ocuparão a área onde ficavam os edifícios São Vito e Mercúrio, demolidos recentemente, e onde está o Viaduto Diário Popular, que será demolido em breve. Os dois volumes, sendo um retangular (Senac) e outro poligonal (Sesc), serão conectados ao Mercado Municipal por meio de um boulevar.
A sede do Senac terá grande parte da fachada em concreto aparente, sendo as duas fachadas laterais fechadas com vidro, com algumas aberturas para o público. Nesse local, serão realizados cursos de gastronomia, pela proximidade com o mercado.
Já a sede do Sesc será suspensa sobre duas lajes de concreto, que se estendem para além do limite do edifício, criando uma grande praça. O volume trapezoidal de três pavimentos abrigará cinemas e teatros, além de uma piscina no terraço. A fachada do edifício também será transparente.
Os edifícios estarão suspensos do solo, permitindo o livre trânsito dos pedestres.

Intervenções
A prefeitura explica que o plano urbanístico tem o objetivo de "coordenar as ações sobre a área e está baseado em ações de curto, médio e longo prazos".

Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Perspectiva geral do plano urbanístico, tomada aérea olhando para o sul. Em primeiro plano, o conjunto Sesc-Senac e o Mercado. Ao fundo, o terminal multimodal e à direita, a região do centro de compras. A Esplanada junto às lagoas de retenção integram longitudinalmente as unidades. À direita, o centro histórico e à esquerda, o Brás. Ao centro, o Tamanduateí, as lagoas de retenção e a esplanada


A primeira etapa, de demolição dos edifícios São Vito e Mercúrio, já foi concluída. Já no primeiro semestre de 2012 devem ser iniciadas as intervenções de médio prazo, para a construção de um pontilhão simples sobre o rio Tamanduateí, que dará acesso à área central e ao atual terminal de ônibus, possibilitando a demolição do Viaduto Diário Popular. Ao lado do terminal de ônibus, deverá ser construído um centro de compras e estacionamento público para "dar maior dinamismo ao eixo comercial da Rua 25 de Março".
A avenida do Estado será rebaixada ao longo de 1,7 km, dando lugar a túneis no trecho entre a Radial Leste e a Rua Paula Sousa. Depois da construção dos túneis, um em cada lado do leito do Rio Tamanduateí, os viadutos 25 de Março e Antonio Nakashima serão demolidos.
O Terminal Urbano Parque Dom Pedro II e o Terminal Expresso Tiradentes serão conectados à estação Dom Pedro II do Metrô, criando um sistema integrado de transporte.

A área onde está o terminal receberá lagoas de retenção, que além de oferecerem função paisagística, ajudarão no sistema de drenagem local, protegendo a região de inundações. As lagoas ainda devem funcionar como uma espécie de purificadora das águas, com plantas em seu interior que retirariam boa parte da carga de poluição que carregam. Ao longo do sistema de lagoas, um boulevard conectará o terminal intermodal à região da Rua 25 de Março.

Enquete
Você acha que deveria haver concurso público para renovação urbana do Parque Dom Pedro II? Participe na enquete do PINIweb no Facebook

Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Arco norte


Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Arco norte


Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Arco norte


Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Lagoa


Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Implantação - Recorte


Divulgação: Prefeitura de São Paulo
Centro de Compras
http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/sem-concurso-publico-projeto-de-revitalizacao-do-parque-dom-pedro-215012-1.asp



04/05/2011-14h03

Revitalização do Parque Dom Pedro 2º, em SP, custará R$ 1,5 bi

CAROLINA LEAL
DE SÃO PAULO
O projeto de revitalização da região do Parque Dom Pedro 2º (centro de São Paulo), anunciado nesta quarta-feira pelo prefeito Gilberto Kassab, tem custo estimado de R$ 1,5 bilhão e só deve terminar em 2016, em uma nova gestão da prefeitura.
Chega ao fim a demolição do São Vito, famosa favela vertical
Projeto prevê construção de bulevar sobre av. do Estado, em SP
As principais mudanças apresentadas pelo projeto são o rebaixamento da avenida do Estado, dando lugar a túneis nos dois sentidos no trecho que passa em frente ao Mercado Municipal, a construção de uma unidade do Sesc/Senac no local onde era o antigo edifício São Vito, a implantação de um centro de compras na região da 25 de Março e a criação de um terminal intermodal.
Três viadutos devem ser demolidos: Diário Popular, 25 de Março e Antonio Nakashima, dando lugar a transposições em nível que facilitem o acesso ao parque Dom Pedro 2º.
Um bulevar deve interligar o Mercadão à nova unidade do Sesc/Senac, onde serão ministrados cursos de gastronomia. Também serão implantadas lagoas de retenção na região, que auxiliariam na drenagem local.
Divulgação/Prefeitura
Simulação mostra área do antigo edifício São Vito, em frente ao Mercadão, que deve ser ocupada por unidade do Sesc/Senac
Simulação mostra área do antigo edifício São Vito, em frente ao Mercadão, que deve ganhar um Sesc/Senac
O projeto foi dividido em quatro etapas. A primeira prevê a construção de um pontilhão sobre o rio Tamanduateí, que é premissa para a demolição do viaduto Diário Popular, e a criação do centro de compras na 25 de Março. Um estacionamento público também deve ser construído na região. A meta é criar 2.600 vagas de garagem com o projeto --parte delas será voltada ao Mercadão.
O rebaixamento da avenida do Estado e a demolição dos outros dois viadutos serão feitos nas etapas seguintes. Pontilhões em nível devem ser colocados como forma de extensão da rua do Gasômetro, da rua Maria Domitila e da avenida Rangel Pestana.
A última etapa prevê que o terminal urbano Parque Dom Pedro 2º e o terminal Expresso Tiradentes sejam transferidos para o lado da estação Pedro 2º do Metrô. Com a mudança, o local viraria um terminal intermodal. Também nessa última etapa é que serão implantadas lagoas de retenção na região.
Não há previsão exata para o início das obras, mas a expectativa da prefeitura é que as relativas à primeira etapa comecem no primeiro semestre de 2012.
Apenas o rebaixamento da avenida do Estado e a construção dos túneis tem custo estimado de R$ 1,1 bilhão, mais de 70% do valor total do projeto. Apesar do receio de que o trânsito na região piore enquanto as obras não forem concluídas, a prefeitura afirma que simulações indicaram que as vias da região têm condições de suportar o tráfego.
Também serão necessárias desapropriações na região, mas o número exato de imóveis e pessoas afetadas ainda não foi divulgado pela prefeitura.
Desenvolvido pela Fupam (Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e Ambiente), o projeto não possui garantias de que será concluído pela próxima gestão. Para Kassab, a revitalização tem que ser encarada como um "projeto de cidade, não de gestão".
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/911225-revitalizacao-do-parque-dom-pedro-2-em-sp-custara-r-15-bi.shtml


Projeto de revitalização do Parque Dom Pedro II: nós já vimos esse filme

A prefeitura de São Paulo divulgou esta semana o mais novo projeto de revitalização do Parque Dom Pedro II, no centro. A região, que é uma parte da antiga Várzea do Carmo – um belíssimo parque que já teve uma ilha, a Ilha dos Amores, e onde, reza a lenda, realizou-se a primeira partida de futebol no Brasil -, desde o século XIX vem sofrendo várias intervenções.
A Várzea do Carmo foi sendo sucessivamente maltratada e mutilada, primeiro, através da canalização do Rio Tamanduateí, depois, através das várias intervenções do sistema viário, que transformaram o local num cebolão e, mais tarde, num grande terminal de ônibus.
O projeto da prefeitura, orçado em R$ 1,5 bilhão, prevê o rebaixamento de uma avenida, a construção de túneis, estacionamentos e terminal urbano, a demolição de viadutos, a criação de um centro de compras e de uma unidade do SESC/SENAC.
Nós já vimos esse filme: derrubam-se viadutos e constroem-se túneis; um edifício residencial (o São Vito) transforma-se em megaestacionamento. Apenas o custo do rebaixamento da Avenida do Estado e da construção dos túneis representa mais de 70% do orçamento da obra.
Mais uma vez, um projeto de sistema viário, com o objetivo de atender ao fluxo de automóveis, tem precedência sobre qualquer outro. E mais pessoas serão desalojadas de seu local de moradia. No meio disso tudo, a unidade do SESC/SENAC é o lacinho rosa na cabeça de mais uma obra rodoviarista.
Há vinte anos, um projeto da Lina Bo Bardi para a região previa a demolição do viaduto Diário Popular e a criação de um parque. Foi quando a sede da prefeitura saiu do Ibirapuera e se deslocou para o centro. Naquela época, a polêmica era em torno da retirada do viaduto (mas agora, fazendo túnel, tudo bem). Depois disso, muitos outros projetos já foram apresentados, inclusive na própria gestão do Kassab.
A primeira pergunta é: qual o sentido dessa intervenção? E a segunda, inevitável: será que ela vai mesmo acontecer ou trata-se de mais um factoide anunciado pela prefeitura? A única certeza é que aquela região foi degradada e tornou-se cada vez pior, graças à intervenção do poder público.
http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/05/06/projeto-de-revitalizacao-do-parque-dom-pedro-ii-nos-ja-vimos-esse-filme/

PRIVATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO?

Em 2000, o governo italiano tentou privatizar alguns bens públicos, dentre eles patrimônios históricos, para sanar dívidas.


REVISTA VEJA JULHO DE 2000

Itália vende parte de seus tesouros
13.08.2000
ROMA - Está na hora de fazer bons negócios na Itália. O governo aprovou regras que simplificarão a privatização de palácios, edifícios seculares, locais históricos, bens artísticos, velhos quartéis, ilhas e parques famosos. Um acervo considerado por várias gerações como as jóias da família.
O primeiro ministro Giuliano Amato conseguiu conciliar os interesses conflitantes de dois de seus ministros: o do Tesouro, Vincenzo Visco, que defendia a necessidade de aumentar a receita e liberar o Estado das sempre mais pesadas despesas de manutenção de um patrimônio julgado improdutivo, e a dos Bens Culturais, Giovanna Melandri, decidida a tutelar e preservar o valor histórico e artístico da maior parte do mesmo patrimônio, invejado e cobiçado por tantos outros países.
Amato impediu a venda ou mesmo a concessão do Coliseu, das ruínas do Foro Romano, das Termas de Caracala ou do Circo Massimo, e proibiu que se continue a pensar na venda (por US$ 2,5 bilhões) do grande centro esportivo romano do Foro Itálico. Mas abriu sinal verde para a venda ou cessão do Estádio Olímpico, localizado na mesma área do Foro Itálico, construído para as Olimpíadas de 1960 e ampliado para o Mundial de Futebol de 1990.
O plano inicial de privatização apresentado e justificado pelo ministro do Tesouro propunha as vendas de mansões, palácios, antigos cárceres, hotéis, cinemas, teatros, velhos aeroportos, asilos e ilhas.
Com muita garra, no entanto, a ministra dos Bens Culturais conseguiu retirar da lista de vendas, além do Foro Itálico, a Villa Carlota de Tremezzo (no lago de Como), uma fortaleza militar construída há 400 anos em La Spezia e o palácio Avalos em Procida. Conseguiu ainda suspender por tempo indeterminado as vendas de 72 palácios, imóveis vários e de 35 velhos quartéis nas 20 regiões italianas. Mesmo assim, desde agora, qualquer grupo ou cidadão interessado (desde que bem provido de moeda forte) poderá comprar um só ou muitos dos 196 quartéis militares que serão postos à venda pelos diferentes governos regionais do em todo o país. (Araújo Netto, AJB)
http://www.italiaoggi.com.br/notant/ital_privatizacao.htm

ENQUANTO ISSO NO BRASIL




Quinta, 15 de Setembro de 2011 - 12:19

Elevador Lacerda: Iphan não pode impedir privatização

por Evilásio Júnior


Carlos Amorim, gestor do Iphan-BA, não foi procurado pela prefeitura | Foto: UOL

A polêmica privatização do Elevador Lacerda, que, de acordo com a prefeitura de Salvador, acontecerá até o próximo verão, não poderá ser impedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Um dos principais cartões postais da cidade, o ascensor, inaugurado em 1873, é tombado desde 2006. O superintendente do Iphan na Bahia, Carlos Amorim, em entrevista ao Bahia Notícias, disse que não foi procurado pela administração municipal, mas, mesmo que fosse, o assunto não seria da competência do órgão. “Nem é necessário [o contato]. O tombamento limita a questão da proteção e preservação. Se é bem privado ou público, não importa. Para nós, não pode haver degradação. O Iphan não tem o que falar. Ele não aprova, nem desaprova. Não temos poder de interferência, legalmente, porque a privatização não altera o estado do bem”, explicou. De acordo com Amorim, caso houvesse a venda do equipamento, aí sim haveria restrição, pois o negócio só poderia ser realizado com instituições que atuam no segmento de assistência a bens tombados. “Mas não é o caso. Pelo que eles (prepostos da prefeitura) têm divulgado na mídia, só será privatizada a concessão do serviço”, esclareceu.
http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/102757-elevador-lacerda-iphan-nao-pode-impedir-privatizacao.html

domingo, 15 de janeiro de 2012

IDENTIDADE DA MEMÓRIA MORTA


LEMBRAR OU ESQUECER?

RECONSTRUÇÕES DE MONUMENTOS E LUGARES PÓS A UNIFICAÇÃO ALEMàEM 1990

"A história pode ampliar, completar, corrigir, e até mesmo refutar o testemunho da memória sobre o passado, mas não pode aboli-lo. Por quê? Porque, segundo nos pareceu, a memória continua a ser o guardião da última dialética constitutiva da preteridade do passado, a saber, a relação entre o NÃO MAIS que marca ser caráter acabado, abolido, ultrapassado, e o TENDO-SIDO que designa seu caráter originário e, nesse sentido, indestrutível. Que algo tenha efetivamente ocorrido, é a crença antepredicativa - e até mesmo pré-narrativa - na qual repousa o reconhecimento das imagens do passado e o testemunho oral." (RICCEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. 2007, p.505)

Portão de Brandemburgo

Igreja 
Frauenkirche de Dresden






FONTE: Magazin - Deutschland nº3/2010.