quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ARQUITETURA DA MEMÓRIA

Fabiana Yoshida Vilela Ribeiro
4º ano Arquitetura e Urbanismo

Existe uma corrente de museus que não impressionam pela beleza de seu acervo, ao contrário, tem como função manter viva a memória de momentos vergonhosos da história para que eles não se repitam mais. Edifícios imponentes emprestam sua força para lembrar passagens tristes da história que ninguém pode esquecer.
Como exemplo, estão o museu do Holocausto e os Judaicos, muitas vezes construídos nos mesmos locais em que as vítimas padeceram.
Em 2010, em Santiago, no Chile, foi inaugurado o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, uma das principais iniciativas da ex-presidente, Michelle Bachelet, o museu volta-se para a ditadura de Augusto Pinochet, que entre 1973 e 1990, torturou e matou cerca de 30 mil pessoas e em cerca de 3 mil desaparecidos.


Entretanto, o museu , como outros museus da memória, não foi instalado no local dos acontecimentos, a ideia foi desvincular-se de cargas emocionais, pois queriam preservar a história , mas ao mesmo tempo olhar para o futuro.
O edifício principal, feito de concreto, vidro e chapas de cobre perfuradas, é uma “barra” de 80 m de comprimento e parece flutuar sobre dois espelhos d´água.
No vão central, há as amostras permanentes e temporárias, sempre associadas aos direitos humanos.


Apesar de sua arquitetura imponente, o objetivo era que o prédio não ofuscasse o acervo com cerca de 90 mil peças, fotos e objetos, que lembram desaparecidos, mortos e torturados durante a ditadura de Pinochet.
O interior chama a atenção pela transparência e pela luminosidade, contrastante com a obscuridade daqueles anos vividos pelo povo chileno.





Museu Judaico de Berlim, inaugurado em 2001, e projeto de Daniel Libeskind, a reflexão surge como um desdobramento das sensações da obra.

O espaço não deixa ninguém indiferente, ninguém sai sem se emocionar de alguma forma.
A construção é um corredor comprido que se quebra em ângulos improváveis, deixando cantos agudos e agressivos. O concreto tem rasgos na horizontal, vertical e diagonal, como se o prédio tivesse sofrido golpes.
Usam seu desenho particular, suas descontinuidades e seus vazios para constar as conquistas e os desastres que aconteceram ao longo da história dos judeus na Alemanha.



Após as atrocidades na Segunda Guerra Mundial, cometidas pelos nazistas, o mundo percebeu a importância  de preservar os lugares marcados pela dor, como aviso de que aquilo não deveria acontecer de novo.
No começo foram os memoriais instalados em campos de extermínio, depois foram criados os museus do Holocausto e os judaicos, fazendo com que a história cultural não fosse esquecida pelas gerações futuras.
O crescimento desses sítios fez surgir a Coalizão Internacional dos Sítios de Consciência, em que a finalidade é que lugares históricos, em que houve vítimas de crime público, sejam centros que se enderecem à justiça social e aos direitos humanos.







Um comentário:

  1. MUITO BOM FABIANA
    COMO SUGESTÃO INDICO UMA PEQUENA INTRODUÇÃO SOBRE OS CONCEITOS DE LUGARES DE MEMÓRIA E/OU LUGARES DA MEMÓRIA (PIERRE NORA)

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