segunda-feira, 12 de setembro de 2011

CASA FRANÇA-BRASIL

TEXTO EXTRAÍDO DO SITE
http://www.fcfb.rj.gov.br/praca_apresentacao.asp

AGNES VERÍSSIMO VERONEZ
4º ARQUITETURA

              "O edifício onde hoje funciona a Casa França-Brasil já foi palco de alguns eventos importantes de nossa história. Mandado erguer em 1819 por D. João VI ao arquiteto Grandjean de Montigny, integrante da Missão Artística Francesa, a obra, em si, já é um importante documento. É o primeiro registro do estilo neoclássico no Rio de Janeiro que, a partir daí, invadiu nossa cidade, tingindo o barroco de nossas florestas e de nossas casas coloniais de um tom cosmopolita, à moda européia.

               PRAÇA DO COMÉRCIO
                 Em 11 de junho de 1819, inicia-se a construção do prédio que hoje abriga a Casa França-Brasil, criado para sediar uma Praça do Comércio.
               Em 13 de maio de 1820, aniversário natalício de D. João VI, a Praça do Comércio foi inaugurada e logo se transformou em um importante centro onde circulavam
comerciantes em ascensão, alguns deles com aspirações políticas.
                Às vésperas da partida do rei, em 1821, numa reunião à Praça do Comércio, o povo rebelou-se, solicitando, entre outras coisas, a promulgação de uma constituição liberal. A ousadia foi gravemente reprimida pelas tropas reais, com a invasão do prédio e o ataque a tiros e baionetas contra os amotinados.
      Em protesto, os comerciantes abandonaram a Praça em seguida o mesmo foi fechado, reabrindo para sediar a Alfândega.

ALFÂNDEGA
    Algumas adaptações foram feitas para diminuir os acessos ao prédio, que agora deveria ser mais fechado para proteger as riquezas que passavam por ali. Em 1852 iniciam-se obras de remodelação da Alfândega, sob a orientação de André Rebouças e projeto do arquiteto português Raphael de Castro.


 Depois de ser o centro de comércio interno, o espaço tornava a ser um local de intercâmbio comercial, agora o centralizador de todas as mercadorias que chegavam ou partiam para o exterior. O porto do Rio era, então, o principal exportador da América do Sul e recebia também os metais, fazendas, vinhos, móveis, tapeçarias e todo tipo de artigo de luxo para nossa realeza tupiniquim.


TOMBAMENTO
                O reconhecimento do valor artístico e cultural do prédio pelo D.P.H. A. N. (atual IPHAN) se dá em 1938, quando realizou-se um dos primeiros tombamentos do Rio de Janeiro. Contraditoriamente, após o tombamento e a mudança da Alfândega, o espaço foi usado como depósito dos arquivos dos bancos Italo- Germanicos – provavelmente entre 1942 e 1952 - e agonizou em péssimo estado de conservação, solicitando reformas urgentes para não ir abaixo.


II TRIBUNAL DO JURI

    Felizmente as obras foram realizadas a tempo e, depois de anos sem função, a obra de Grandjean de Montigny passou a abrigar, de 1956 a 1978, o II Tribunal do Júri.
    Mais tarde, o bate-estaca usado na construção do Viaduto da Perimetral e o tráfego pesado subseqüente abalaram suas estruturas, causando-lhe fendas internas e externas, infiltrações e outros comprometimentos.
As obras de escoramento, concluídas em 1979, tiraram o prédio de perigo, mas não resolveram seu problema de abandono.

A CASA
No começo da década de 1980, surgiram as primeiras idéias de um aproveitamento cultural do prédio. Foi neste mesmo período que o IPHAN realizou uma das reformas mais completas que a casa experimentou, o que só fez aumentar o interesse pelo espaço. Várias propostas foram feitas até que, em 1984, Darcy Ribeiro, então Secretário de Cultura do Estado, articulou-se com Jack Lang, Ministro da Cultura da França, e iniciou as conversas para a restauração e a implantação de um centro cultural no local, destinado ao intercâmbio cultural entre Brasil e França.



OS TRABALHOS DE RESTAURAÇÃO
A partir das plantas de Grandjean de Montigny, foram restabelecidas as linhas originais do prédio, com a remoção de 80% da estrutura de madeira, que estava comprometida pela ação de cupins e fungos. A estabilidade do prédio foi garantida por um reforço de concreto e aço. As pesquisas revelaram, ainda, um desnível de mais de um metro e meio em relação ao nível do solo, em torno da edificação. Foi descoberto, também, o cais onde atracou a comitiva de D. João VI, quando de sua visita à Praça do Comércio, em 1820. Do cais, manteve-se, como testemunho,
a rampa de acesso localizada ao fundo do prédio.

O piso original foi preservado e, em alguns pontos deteriorados, foram aplicadas placas de granito. Das 24 colunas em estilo dórico, 14 receberam tratamento de concreto, mantendo a mesma aparência externa. A cobertura de vidro (clarabóia)
foi reproduzida segundo as indicações de
Grandjean de Montigny.

Os trabalhos de restauração revelaram o acúmulo de sete camadas de pintura na parte interna da casa, que foram raspadas até retornarem à coloração original, uma tonalidade marfim/ocre. Duas colunas ao fundo da casa permaneceram como testemunho da pintura feita na época, buscando os efeitos de peças em mármore.

As obras de restauração foram conduzidas pela SPHAN/Pró-Memória, com uma equipe de 30 técnicos e arquitetos, restauradores, arqueólogos e engenheiros, com apoio da equipe de arquitetos da Fundação Roberto Marinho, e um contingente de 40 operários.


RESTAURAÇÕES - INTERVENÇÕES CRÍTICAS

 A restauração é um momento de crítica do objeto a ser conservado. Hipótese teórica que se manifesta no próprio corpo do edifício, deve, portanto, em parte consolidar o recuperável e garantir que quaisquer acréscimos sejam reconhecíveis e reversíveis. Foram adotadas três premissas estratégicas para ganhar o novo sem perder o antigo:

Elementos que não tinham significado histórico e que distorciam e confundiam a leitura do monumento foram removidos.

As lacunas, produzidas na arquitetura original pelo tempo ou por adições espúrias, que acarretaram a interrupção da continuidade da forma e do seu ritmo foram tratadas de maneira a reduzir ou eliminar o distúrbio que causavam.

Além disso a principal peça em exposição da Casa França-Brasil é o próprio interior do prédio. Este recebeu um tratamento
museográfico, ou seja, teve sua leitura e fruição conduzida e direcionada através da reformulação didática dos percursos, da criação de pontos de vista novos e de iluminação especial.

Em 1989, o projeto de utilização do espaço idealizado pelo museólogo francês Pierre Catel e pela equipe brasileira toma sua forma definitiva: a Casa França- Brasil como um espaço para múltiplas atividades culturais











Em 29 de março de 1990 a Casa França-Brasil foi inaugurada.

                           
O centro cultural Casa França – Brasil passou por processos de obras estruturais e de restauração utilizando conceitos de Camilo Boito, autenticidade e acréscimos, retornando suas linhas originas, preservando uma construção de grande importância histórica e arquitetônica e modernizando suas instalações.
As transformações físicas realizadas constam 80% da remoção da estrutura de madeira do edifício, que estava comprometida por ação dos fungos e cupins, também foram reveladas 7 camadas de pintura na parte interna da casa, que foram raspadas e removidas como o objetivo de retornar a coloração original, uma tonalidade marfim/ocre. Para restabelecer a estabilidade do prédio, membros do SPHAN/Pró-Memória, com uma equipe de 30 técnicos e arquitetos, restauradores, arqueólogos e engenheiros, com apoio da equipe de arquitetos da Fundação Roberto Marinho, e um contingente de 40 operários, garantiram o reforço utilizando concreto e aço.
O piso original foi mantido, utilizando granito em partes danificadas. As 24 colunas contidas na casa são de estilo dórico, 14 delas receberam tratamento de concreto e duas colunas localizadas no fundo da casa permaneceram como prova da pintura feita na época, efeitos de peças de mármore. Em estudos feitos na edificação, foi descoberto um desnível de mais de um metro e meio em torno da edificação.
Atualmente, a Casa conta com um salão de 700 m² e duas salas facilmente adaptável a qualquer exposição ou atividade. A lateral externa foi nivelada, dando lugar a um pátio amplo e aconchegante com plantas, bancos de pedra, mesas cobertas e iluminação. Com vista para a tradicional Igreja de Nossa Senhora da Candelária, sua construção representou um aumento significativo na área útil do centro cultural.



 

Um comentário:

  1. AGNES,
    ATÉ AQUI O TEXTO É UMA REPRODUÇÃO.
    SE DESEJAR, PODE INICIAR UMA EXPLANAÇÃO SOBRE CONCEITO DE RESTAURO, USANDO DOS EXEMPLOS APLICADOS NA EDIFICAÇÃO CASA FRANÇA-BRASIL

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