sábado, 17 de setembro de 2011

Análise de projeto de edificação histórica adaptada para uso cultural com a construção de anexo.

Laura Salermo
4º ano Arquittura e Urbanismo




O Museu das Minas e do Metal foi inaugurado na segunda quinzena de junho de 2010, em Belo Horizonte – MG. Trata-se de um dos edifícios históricos localizados na praça da Liberdade, que abrigavam a antiga sede da administração pública, transferida para a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. Com isso, o governo do Estado criou um projeto de requalificação para este conjunto de edificações históricas, chamado “Circuito Cultural Praça da Liberdade”, e convidou o arquiteto Paulo Mendes da Rocha para desenvolver um dos projetos, o museu em questão.

O prédio foi construído em 1897, com projeto do pernambucano José de Magalhães, e anteriormente havia sido ocupado pela Secretaria da Educação.

Adaptar edificações históricas com novas funções é a possibilidade de oferecer a população em geral a oportunidade de contemplar uma arquitetura que não se produz mais nos dias de hoje, e felizmente essa conscientização vem ocorrendo gradualmente.

Um aspecto importante da intervenção feita por Paulo Mendes da Rocha é o respeito com a antiga edificação, onde os espaços anexos construídos são facilmente contrastados com a arquitetura contemporânea, graças ao uso de volumes de vidro laminado e um volume cego composto de chapas metálicas evidenciadas pela cor vermelha utilizada na pintura. O novo pavimento em formato de U envolveu o vazio que havia entre o edifício histórico e seu anexo, uma exigência para que o novo museu dispusesse de um sistema de circulação eficiente para receber um grande número de visitantes. Portanto, o projeto concentrou-se na parte posterior, onde foi instalado um elevador para passageiros e cargas, e uma escada.

A requalificação destes espaços faz com que o patrimônio histórico que foi preservado por gerações em nossas cidades não seja esquecido, e com o novo uso possam ser inseridos na vida contemporânea e nas suas necessidades. Ademais, a reabilitação e a revitalização não conservam somente o bem imóvel, essas intervenções muitas vezes adaptam o edifício às novas necessidades de uso, onde a principal condicionante para o novo projeto limite-se à preservação do elemento arquitetônico original.

Do ponto de vista econômico, a reutilização e modernização do imóvel histórico possibilitam que este tenha uma manutenção viável, pois caso contrário, tornando-se um edifício sem função acabaria por destruir-se, e consequentemente, ao seu entorno, gerando maiores gastos para a administração da cidade.

O ponto principal acerca deste tema é conscientizar a população para a valorização histórica do bem imóvel, como parte da memória coletiva, e mostrar que a reinserção deste através da revitalização e requalificação é viável, e principalmente, a preservação destes prédios antigos possibilita a população em geral contemplar a riqueza de uma arquitetura que praticamente não existe mais.



Ficha técnica
Museu das Minas e do Metal
Local: Belo Horizonte, MG
Data do inicio do projeto: 2006
Data da conclusão da obra: 2010
Área do terreno: 6.621.65 m²
Área construída: 4.962 m² (edifício existente); 881.50 m² (bloco novo)
Arquitetura: Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha (autores);
Felipe Noto. Maira Rios, Paulo Emílio Ferreira, Marcela Aleotti, Nicolau
Freitas, Carolina Bueno, André Ferreira e Thiago Mendes (colaboradores)
Projeto museográfico: Marcelo Dantas
Estrutura: Kurkdjian Fruchtengarten Engenharia Associados
Gerenciamento de projetos: AFT Associados
Gerenciamento de obra: Concremat
Construção: Construtora Uni
Fornecedores
Valvifer (estruturas metálicas); Fademac (pisos); Otis (elevador); Novo Rumo (grades metálicas de forro)


Fonte: http://www.cbca-acobrasil.org.br/noticias-ler.php?cod=5035&orig=obras&codOrig=90542



Um comentário:

  1. Muito bom Laura. Como sugestão indico que pesquise as recomendações das Cartas Patrimoniais sobre anexo, para inserir no texto.

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