domingo, 16 de setembro de 2012

São Luiz do Paraitinga


Sobre a reportagem:

Título: 1- Segundo balanço, 300 edificações estão danificadas / 2- O flagelo de São Luis do Paraitinga / 3- Chuva isola São Luis do Paraitinga-SP e deixa quase toda a população fora de casa.
                 2-http://blog.brenosiviero.com.br/?p=2792
Data: 06/01/2010
         03/01/2010
         02/01/2010

Fatores deteriorantes identificados na reportagem:

A cidade de São Luís do Paraitinga-SP no Vale do Paraíba, possui 470 edificações tombadas como patrimônio histórico. No início do ano de 2010, fortes chuvas prejudicaram a região com enchentes constantes, fazendo com que assim cerca de 300 delas ficassem parcialmente danificadas. Segundo o balanço do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cerca de 40 edificações necessitam passar por obras de restauro para voltarem a sua originalidade. A matriz da cidade, biblioteca e também a Capela das Mercês foram totalmente destruídas pela enchente.

Tharso Diniz Braga - 8582-52


Chuva isola São Luiz do Paraitinga (SP) e deixa quase toda população fora de casa

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da Folha Online

A chuva que atingiu o Vale do Paraíba neste começo de ano causou danos em cidades da região e alagou São Luiz do Paraitinga, onde aproximadamente 9.000 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas --quase toda a população--, de acordo com estimativas da Defesa Civil Estadual. Prédios históricos estão danificados, entre eles a igreja matriz São Luiz de Tolosa, construída no século 19, que desabou neste sábado.
Joel Silva/Folha Imagem
Escombros da igreja matriz, destruída pela chuva em São Luiz do Paraitinga; centro histórico da cidade ficou totalmente alagado
Escombros da igreja matriz, destruída pela chuva em São Luiz do Paraitinga; centro histórico da cidade ficou totalmente alagado
Com o grande volume de chuva, o rio Paraitinga, que corta a cidade, transbordou. Segundo a Defesa Civil, o nível do rio subiu aproximadamente 15 metros e inundou praticamente todo o município. Imóveis ficaram cobertos, e muitos continuam com água pelo telhado. Todo o centro histórico --que abriga o conjunto arquitetônico de casas térreas e sobrados-- foi inundado. De acordo com informações da prefeitura, a área tem cerca de 90 imóveis tombados pelo patrimônio histórico.
O Corpo de Bombeiros informou que a cidade está isolada --acessos por terra foram interditados--, sem energia e com o fornecimento de água comprometido. A comunicação por celular está prejudicada.
A Defesa Civil contabiliza 4.000 pessoas desabrigadas --encaminhadas para abrigos públicos-- e 5.000 desalojados --que aguardam a água baixar em casas de amigos ou parentes. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população estimada da cidade, em 2009, era 10.908 pessoas.
Equipes dos bombeiros usam botes para resgatar as vítimas. Os desabrigados são levados para as áreas altas da cidade. O Exército também auxilia nos trabalhos, com um helicóptero.
A prefeitura decretou estado de calamidade pública. Não há registro de feridos ou desaparecidos. Fundada em 1.769, a cidade é conhecida também pelas festas populares --como a tradicional Festa do Divino e o Carnaval.
Mario Angelo/Folhapress
Enchente deixa São Luiz do Paraitinga debaixo d'água; prédios históricos na cidade ficaram danificados
Enchente deixa São Luiz do Paraitinga debaixo d'água; prédios históricos na cidade ficaram danificados
Cunha
Cunha (241 km de São Paulo), cidade turística do Vale do Paraíba, também foi atingida pelo temporal. A cabeceira da ponte do rio Paraitinga na cidade, na rodovia Paulo Virgínio (SP-171), desmoronou por volta das 9h deste sábado, informou a Polícia Militar. A rodovia já estava interditada desde sexta (1º), quando desmoronou a cabeceira da ponte do rio Jacuí, no km 40 da mesma rodovia.
Seis pessoas de uma mesma família morreram em um deslizamento de terra na madrugada de sexta na área rural da cidade. A Defesa Civil afirma que são 20 desabrigados e 75 desalojados na cidade.
Outras cidades
A chuva também tirou moradores de casa em Garatinguetá e em Guararema.
Em Guaratinguetá, a Defesa Civil afirma que são 800 desabrigados e 2.000 desalojados. Em Guararema, 45 casas foram interditadas, e 38 pessoas ficaram desabrigadas.
LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online



Segundo balanço, 300 edificações estão danificadas

Balanço divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) revela que 300 edificações foram afetadas pela enchente deste começo de ano em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba. Quatro técnicos do IPT estão no município desde o último dia 1º, analisando a situação do conjunto arquitetônico local, composto por 470 edificações tombadas como patrimônio histórico.


Balanço divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) revela que 300 edificações foram afetadas pela enchente deste começo de ano em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba.
Quatro técnicos do IPT estão no município desde o último dia 1º, analisando a situação do conjuntoarquitetônico local, composto por 470 edificações tombadas como patrimônio histórico.
Segundo nota do IPT, das 80 construções já avaliadas pelos técnicos, metade precisará passar por obras de restauração, incluindo 28 casas que ficavam na área do entorno do coreto da cidade. Cerca de 50% do prédio da prefeitura, por exemplo, precisará ser restaurado.
A Igreja Matriz, a Capela das Mercês e o prédio da biblioteca foram totalmente destruídos pela enchente. O IPT apontou outro aspecto preocupante: os registros históricos da cidade correm risco de se perderem por causa da inundação do fórum e do cartório.
No momento, os técnicos do IPT dão prioridade à segurança estrutural das construções que sobraram e avaliam os riscos em encostas e taludes das áreas urbana e rural da cidade. Um relatório está sendo elaborado com recomendações para a recuperação das edificações urbanas.

A Igreja São José de Ribamar, em Aquiraz, guarda um dos mais antigos acervos de arte sacra. O patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção.


Nome do aluno: Maria Laura B. Schnetzler

Título: A Igreja São José de Ribamar, em Aquiraz, guarda um dos mais antigos acervos de arte sacra. O patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção. 
Fonte: http://www.defender.org.br
Data: 11/05/2010
Fatores deteriorantes identificados na reportagem: problemas com chuvas, infiltrações, e acredito eu que presença de cupins pelo o que notei em algumas imagens!

Imagens:


Reportagem:
http://www.defender.org.br/aquirazce-arte-sacra-deteriorada/


patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção.
Quem se der ao luxo de sentar em uma das calçadas largas, ladeadas por ruas de calçamento e rodeadas de casarões típicos da aristocracia portuguesa, no vizinho município de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, vai perceber a movimentação dos moradores em torno dos preparativos para a grande festa que se avizinha.
É que daqui três anos, em 2013, a primeira paróquia do Ceará, fundada pelos jesuítas em 1713, completará 300 anos de existência. A gênese representativa da transformação histórica que se deu desde então, e que leva o nome de Igreja Matriz de São José de Ribamar é, hoje, uma das principais atrações turísticas do Estado e o xodó dos moradores do lugar.
A edificação faz parte do conjunto histórico-arquitetônico do centro urbano de Aquiraz, tombado desde 1983, pelo decreto 16.237, do governo do Estado do Ceará, composto pela Casa de Câmara e Cadeia, hoje abrigo do Museu de Arte Sacra de Aquiraz, e pela Casa do Capitão-Mor (tombada em 2006).
Mas, nem só de admirar os traços barrocos e neoclássicos que saltam aos olhos nas portas almofadadas da entrada, no púlpito de madeira lavrada, nos painéis pintados no forro da capela-mor ou mesmo do altar que exibe a imagem de São José de Ribamar (popular relicário São José de Botas), se ocupam os transeuntes da charmosa Aquiraz.
O risco iminente de danos irreversíveis ao patrimônio histórico, gerado pela infiltração de água das fortes chuvas que vem caindo esse ano, está tirando o sono dos responsáveis pela administração da igreja e dos católicos de plantão. Desde o tempo em que foi tombada, há 25 anos, rememora o pároco recém-chegado, Antonio Robério Martins de Queiroz, a Igreja não passou por uma reforma sequer.
Como consequência, em recente domingo, durante missa matinal celebrada sob muita água, os fiéis ficaram em polvorosa com o avanço dos vazamentos no interior patrimônio histórico. “As paredes laterais formaram uma queda d´água para dentro da igreja, parecia uma cachoeira.
Além das goteiras que apareciam por todos os lados, as pessoas tiveram dificuldade em se proteger. Toda madeira da estrutura está comprometida”, relata o sacerdote.
De fato. No interior da construção secular, erguida quando ainda éramos Siará-Grande, o cheiro de esquecimento está por todos os lados. São paredes úmidas, telhas em desalinho, tapetes esbranquiçados, pinturas descascadas, quinas quebradas e mofo, muito mofo por todo lugar. Fora a conservação das imagens em tamanho natural de São Miguel Arcanjo, que está quebrada, e do impressionante Senhor dos Passos, devidamente paramentado de roxo por causa do período quaresmal.
Seria suficientemente preocupante os problemas de falta de manutenção relatados acima, mas ainda não é tudo. Com as chuvas se infiltrando por todos os lugares, o que está realmente em risco é a preservação do painel pintado no forro da capela-mor que, a exemplo do afresco da contemporânea Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Viçosa do Ceará, recentemente restaurada, relata, através das imagens, sagas e epopeias de heróis bíblicos. Com diversos danos às cornijas (molduras) que ornamentam o painel, algumas caíram e outras estão danificadas devido às intempéries.
Em 2006, após parte da estrutura de madeira do teto da sacristia (que fica bem ao lado do forro que abriga a obra de arte) ter desabado, uma pequena reforma foi realizada no local. No espaço onde ocorreu o incidente por pouco ninguém se machucou, mas é lá onde são feitas as confissões e estão localizados os armários da paróquia.
De acordo com o historiador Otávio Menezes, da Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Cultural (COPAHC), o governo é responsável pelo tombamento, mas não fica com o ônus da manutenção. “O tombamento é uma instância jurídica para garantir que o bem seja mantido, mas restauro, reforma, manutenção, tudo isso é por conta do proprietário, nesse caso, a Igreja Católica. Há algumas vias para conseguir recursos, como os editais, por exemplo. Mas, esse ano, devolvemos quase R$ 100 mil ao Estado, dos recursos destinados pelo III Edital de Apoio à Preservação do Patrimônio de Natureza Material, por causa da pouca demanda de projetos.
Aprovamos um em Aquiraz que prevê a educação patrimonial dos paineis da capela-mor da Igreja de São José de Ribamar. Mas foi só”, lamenta Menezes.
Diante do exposto, o secretário de Cultura e Turismo do município de Aquiraz, Erick Vasconcelos, garantiu que o poder público está acompanhando de perto os problemas da Igreja Matriz, mas disse que ainda não há recursos garantidos para evitar que problemas maiores aconteçam.
“Infelizmente, a São José de Ribamar não foi contemplada no Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste), que está garantindo a reforma da Casa do Capitão-Mor, parte do Mercado das Artes, o Museu Sacro, e o piso que unificou a praça Cônego Araripe à Igreja. Essa questão é uma das prioridades do governo do Estado, esse patrimônio é nosso creio que o problema logo estará resolvido”, garante o secretário.
E assim o tempo segue passando, cumprindo a sina de desfazer o passado, fazer o presente e refazer o futuro, porque essa é sua arte. Recordando sempre que, se não soubermos quem fomos, dificilmente compreenderemos quem somos, muito menos para onde estamos indo. O passado religa o futuro.
Lendas santas
Reza a lenda brasileira que São José de Ribamar, ou São José de Botas, como foi popularizado no mundo inteiro por estar devidamente trajado para viagem, com mantos e botas, representa os bandeirantes que, à época, percorreram todo território nacional com suas contribuições tão salutares quanto questionáveis, junto à empreitada missionária católica. O de Aquiraz teria sido encontrado boiando às margens de alguma das belas praias da costa leste do litoral cearense.
A história repassada pela tradição oral deu conta de que, nem com reza braba, vela branca e ajuda de um carro-de-boi, a estátua conseguiu ser removida para uma localidade distante. Decidido em concílio de pescadores que o Santo de Botas ficaria mesmo na primeira capital do Siará-Grande, a estátua teria tomado peso de plumas. Ficando lá virou, claro, padroeiro do lugarejo.
Milagres à parte, e muita história depois, o fato é que, até hoje, a bela obra de arte do século XVIII ocupa o espaço central do altar-mor, acompanhado de ninguém menos que São Sebastião, outro santo popularíssimo entre os moradores de Aquiraz, Nossa Senhora das Graças e Cristo Ressuscitado.
O ajudante da Paróquia, Marciano Lima Gomes, mostra que a pintura original foi totalmente comprometida após camuflada por reformas ao longo do tempo.
O painel pintado no forro da capela-mor contando a saga de heróis bíblicos, relíquia colonial, pode ser afetado pelas infiltrações.
As portas almofadadas, ainda originais, precisam de urgente restauração. As janelas da Igreja não oferecem segurança.
São José de Botas,São Sebastião e Nossa Senhora das Graças e Cristo Ressuscitado: acervo comprometido.

Funcionários trabalham com máscaras e debaixo de chuva em delegacia da PC



O telhado ameaça desabar e as goteiras estão por toda parte. Até a sala do delegado amanheceu encharcada.


Investigadores, escrivães e funcionários das Delegacias de Furtos e Roubos e Tóxicos e Entorpecentes de Patos de Minas estão tendo que enfrentar a precariedade do prédio onde trabalham para atender a população. O telhado ameaça desabar e as goteiras estão por toda parte. Até a sala do delegado amanheceu encharcada.

O problema já foi mostrado aqui no Patos Hoje. O prédio onde funcionam as delegacias de Furtos e Roubos e Tóxicos e Entorpecentes de Patos de Minas estão ruindo com o tempo. O piso está todo danificado e o telhado ameaça desabar. Em época de chuva, como agora, os policiais civis tem que conviver com as goteiras que estão por toda parte.



Na manhã desta quinta-feira (15), o delegado Luiz Mauro Sampaio não conseguiu trabalhar. O gabinete dele amanheceu encharcado. As goteiras estavam por toda parte e documentos importantes foram molhados. A água descia de diferentes pontos do teto e até mesmo da luminária, com risco também de um curto na rede elétrica.

Baldes e bacias foram usados para aparar as goteiras. As infiltrações e o cheiro forte de mofo exigem que os funcionários usem máscaras para trabalhar. Muitos reclamam de problemas respiratórios e outras doenças causadas pelas condições precárias do local.
O prédio onde funcionam as duas delegacias da Polícia Civil, bem no centro da cidade, foi construído em 1912 e é tombado pelo Patrimônio Histórico do município. Mas há anos sem reforma, a estrutura de adobe é hoje uma ameaça. O comando da Polícia Civil está buscando um novo local para abrigar as delegacias e o Ministério Público pode entrar com uma ação contra o Estado para reparar o descaso com o Patrimônio Histórico.








Thiago Marini
SOBRE A REPORTAGEM
Título: “Funcionários trabalham com máscaras e debaixo de chuva em delegacia da PC”.
Data: 15/12/2011
Fatores deteriorantes identificados na reportagem:
Fator Físico: Umidade
Fator Biológico: Mofo
Fator Humano: Vandalismo
Fator Natural: Ação do Tempo.

Terremoto danifica prédios históricos na Itália




foto perfil.com

Um forte terremoto abalou o nordeste da Itália na madrugada de sábado para domingo. O abalo causou a morte de pelo menos seis pessoas e danificou diversas construções históricas.
Um terremoto de magnitude 5,9 graus na escala Richter abalou o nordeste da Itália, provocando a morte de pelo menos seis pessoas.
Segundo o canal de televisão italiano Rai, dois trabalhadores morreram em uma fábrica de cerâmica, um outro em uma fundição. Outro corpo foi encontrado sob escombros de um prédio em uma área industrial em Bondeno oeste de Ferrara, relatou a agência de notícias Ansa.
O número exato de feridos permanecia incerto até a tarde deste domingo. A televisão italiana Rai relatou haver 50 feridos.
De acordo com a Ansa, uma alemã de 37 anos sofreu um colapso circulatório após ter entrado em pânico. A mulher se encontrava a trabalho na região de Bolonha. Uma italiana de 103 anos de idade morreu após ao ser atingida por escombros que caíram sobre sua cama.
O terremoto abalou a região de Emilia-Romagna no início na manhã de domingo (20/05). O epicentro foi localizado a uma profundidade de dez quilômetros, perto do município de Finale Emilia, ao norte de Bolonha, no norte do vale do Pó, segundo o observatório terremotos nos EUA. O terremoto foi claramente sentido em Ferrara, Rovigo, Verona e Mântua.
Danos em edifícios históricos
A terra voltou a tremer diversas vezes depois. As primeiras imagens de televisão mostraram sérios danos a prédios históricos e edifícios agrícolas. Vários prédios foram danificados na cidade de Ferrara, que é Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco.
Em muitos lugares, as pessoas correram em pânico nas ruas. As autoridades pediram que os cidadãos na zona do terremoto, não voltem a entrar em suas casas.
O terremoto foi o segundo maior na região este ano. Em janeiro, ocorreram terremotos de grau 5.3 em Gênova, Bolonha, Turim e Milão. Não houve feridos. O mais recente grande terremoto na Itália ocorreu em 2009 na cidade de Áquila, com magnitude de 6,3 graus. Cerca de 300 pessoas foram mortas e dezenas de milhares ficaram desabrigadas.
Nome: André de Freitas Ferreira
Código: 943086
Sobre a reportagem:
- Título: Terremoto danifica prédios históricos na Itália
- Data: 20/05/2012 – 13h10min
- Fatores deteriorantes identificados na reportagem:
O fator deteriorante identificado nessa reportagem é causado por fator natural, ou seja, danos provenientes de abalos sísmicos que danificaram vários prédios na cidade de Ferrara, Itália, que é Patrimônio Histórico da Humanidade e da Unesco.

A Catedral de 131 anos, Christchurch na Nova Zelândia será demolida após terremoto.


Nome: Caroline Belloti Ortiz de Freitas

Título da Reportagem: A Catedral de 131 anos, Christchurch na Nova Zelândia será demolida após terremoto.

A catedral de Christchurch sofreu graves danos na sequência do terramoto de Fevereiro de 2011

Data: Terremoto ocorrido em Fevereiro de 2011.

Fatores deteriorantes: Dano causado pelo fator natural, um terremoto de 6,3 graus na escala Richter.

Os estragos foram muitos, a recuperação seria demasiado cara. Por isso a catedral anglicana de Christchurch, uma das mais emblemáticas da Nova Zelândia, vai ser demolida.
A catedral tornou-se um símbolo da cidade de Christchurch. De estilo gótico, construída na era vitoriana, ergue-se na praça central, a despertar a atenção de quem passa. Mas quem a quiser ver, mesmo que parcialmente destruída, não terá muito tempo. As autoridades decidiram demoli-la porque foi muito danificada pelo terramoto que atingiu a região no ano passado e o custo da recuperação é elevado.

Há um ano, a 22 de Fevereiro, a Nova Zelândia foi atingida por um terramoto de 6,3 na escala de Richter que destruiu boa parte do centro de Christchurch. Morreram 185 pessoas, cerca de 6000 casas ficaram destruídas e a catedral também não resistiu. Desde então tem sido debatido o futuro daquele ponto de encontro e atracção turística.

A decisão acabou por ser tomada agora. Victoria Matthews, arcebispo da diocese anglicana de Christchurch, anunciou nesta sexta-feira aos jornalistas que a catedral irá ser demolida. “A decisão foi tomada depois de muita deliberação e com as maiores preocupações quanto à segurança”, disse. 


A demolição será gradual e cuidadosa, para salvaguardar as gravuras históricas no interior. Victoria Matthews fala até em desmontar, em vez de demolir. “Não haverá bulldozers nem máquinas de demolição”, garante. A catedral irá abaixo “com o maior cuidado para podermos conservar os tesouros que se encontram nas suas paredes”.

Os trabalhos irão prolongar-se por um ano. O topo da catedral será demolido e deverão ficar dois a três metros de altura a partir dos quais nascerá uma nova catedral.

A decisão “não foi fácil”, admitiu à Reuters o presidente da autarquia de Christchurch, Bob Parker. Mas para a reconstrução daquela que é a segunda cidade da Nova Zelândia terão de ser gastos 20 mil milhões de dólares neozelandeses (cerca de 12.600 milhões de euros), e só para recuperar uma parte da catedral seriam necessários, pelo menos, 50 milhões de dólares neozelandeses (31,5 milhões de euros), podendo a reconstrução total chegar aos 100 milhões (cerca de 63 milhões de euros).

A responsável da diocese considerou este custo “aterrador”, e embora admita que a decisão é polémica acabou por anunciar a demolição. “A catedral será demolida com todo o cuidado e respeito, para proteger os tesouros que abriga”, garantiu Victoria Matthews. Em seu lugar será erguida uma catedral “bela, inspiradora e segura”.

A decisão foi contestada por especialistas em conservação, que pediram às autoridades para reconsiderar. Um engenheiro de estruturas que trabalha na Califórnia, Kit Miyamoto, disse ao diário britânico The Guardian que a reconstrução é “exequível e comportável”. E adiantou: “Sei isso porque já foram feitos milhares de trabalhos como estes”. Miyamoto participou nos trabalhos de reconstrução no Haiti e já inspeccionou, em Setembro, a catedral de Christchurch. 


Na ultima terça-feira- 22 de fevereiro de 2011, um terremoto matou pelo menos 65 mortos na segunda maior cidade da Nova Zelândia. 

O terremoto de 6,3 graus na escala Richter, tem batido Christchurch, a segunda maior cidade da Nova Zelândia (lá vivem cerca de 400.000 pessoas), e causou pelo menos 65 mortos, segundo o Governo. O balanço pode aumentar, enquanto dezenas de pessoas estão presas (como o prefeito da cidade, cerca de 200 pessoas). É o segundo terremoto grave na área em cinco meses. O tremor aconteceu às 5 km do centro da cidade e 4 km de profundidade. 


Uma das estruturas danificadas pelo terremoto foi a Catedral Católica do Santíssimo Sacramento, no qual, durante três anos, pode-se assistir a missa diária na forma extraordinária do Rito Romano. Abaixo, vemos uma fotografia do reverendo. P. John Rizzo, FSSP, no momento da consagração, durante a celebração da Santa Missa na forma extraordinária na Catedral do Santíssimo Sacramento.
 
 Como mostra a foto que abre este blog, a catedral foi severamente danificada e as peças estão completamente destruídas.Metade da Catedral, localizada na Rua Barbados,em Christchurch, entrou em colapso. O restante do edifício foi grandemente afetado pelas rachaduras. A torre também desabou.

O primeiro edifício terá 150 anos de idade. Era uma casa de madeira construída em 1860 em terreno doado à Igreja Católica. Foi posteriormente substituído por maiores, que se tornou a catedral católica romana em 1887. 


Para acomodar a crescente população católica precisava de um novo prédio para que o projeto é contratado William Francis Petre, que convenceu o então bispo, Dom John Joseph Grimes, para construir uma catedral de estilo retangular das antigas basílicas cristãs - estilo neoclássico, o mais adequado e acessível do que o estilo gótico, que inicialmente queria o bispo. 


A primeira pedra foi lançada em 1901 e foram necessários para construir mais de 3.400 metros cúbicos de aço, concreto cúbicos 113,27 metros e 90 toneladas de aço. O edifício foi concluído em 1905. A catedral foi descrito como um dos melhores exemplos de arquitectura religiosa na Australásia.


Patologias de Edifícios Históricos Tombados Estudo de Caso – Cine Teatro Central


Titulo:
Patologias de Edifícios Históricos Tombados
Estudo de Caso – Cine Teatro Central.


Fonte:


Data da reportagem:
11-01-2011


Fatores deteriorantes:
Umidade, bolor fungos, umidade relativa, fissuras devido raios ultravioletas.




 Nome: Helker Teixeira de Oliveira Costa


128.05
ano 11, jan 2011
Patologias de Edifícios Históricos Tombados
Estudo de Caso – Cine Teatro Central
Maria Teresa Barbosa, Antônio Eduardo Polisseni, Maria Aparecida Hippert, White José dos Santos, Igor Moura de Oliveira e Karla Teixeira Monteiro

Fig. 1 - Cine Teatro Central em Juiz de Fora.
Foto autores
1. Introdução
O termo Patrimônio Cultural pode ser entendido como o conjunto de bens de interesse para a memória do Brasil e de suas correntes culturais formadoras, abrangendo os patrimônios: arquitetônico, artístico, bibliográfico, científico, histórico, museológico, paisagístico, entre outros. Dentro deste contexto, engloba as representações, as expressões, os conhecimentos, as técnicas e também os instrumentos, os objetos, os artefatos e os lugares que a eles estão associados; as comunidades, os grupos e, em alguns casos, indivíduos que se reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural, e está associado a construção e a acumulação de bens e à sua permanência, no tempo e no espaço, portanto, à História e à sua continuidade e trajetória. São os testemunhos da história e da cultura, produzidos pelos grupos sociais, que permitem conhecer o modo de vida de pessoas que viveram em outras épocas e lugares, em situações diferentes das nossas. Tudo isto nos conscientiza de que fazemos parte de um todo maior, que continua nos dias de hoje e se estenderá para o futuro (1).
Se a ocorrência de problemas patológicos é grande nos edifícios atuais, é bem maior nos antigos, como no caso do Cine Teatro Central (vide figuras 1 e 2), que constitui uma das principais atrações turísticas da cidade de Juiz de Fora (Minas Gerais – Brasil). A caracterização da sua estrutura é o principal objetivo, sendo também importante o conhecimento da sua história, projeto e intervenções, a partir de dados coletados e depoimentos de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, em concepção e realização (2).


Fig. 2
Foto autores


Deve-se, portanto, levantar dados suficientes buscando detectar o envolvimento das autoridades no que se refere à preservação e restauração para se evitar a destruição do patrimônio arquitetônico e o rompimento da consciência histórica.
A edificação se encontra com a fachada frontal direcionada para Praça João Pessoa e os fundos para Rua Barão São João Nepomuceno; as laterais encontram-se as galerias Ali Halfeld e Azarias Vilela. Possui os serviços: água, luz, telefone, rede de esgotos e águas pluviais, rede viária pavimentada e coleta de lixo.
Sua estrutura é constituída, basicamente, em alvenaria de tijolo maciço com elementos de pórticos em concreto armado. A laje principal é reforçada com estrutura metálica, devido a sua pequena espessura. Constata-se a presença de marquises e platibandas em todo o seu perímetro; o telhado é constituído de duas águas em telha cerâmica, tipo francesa, apoiada sobre uma estrutura mista composta por: madeira (caibros e ripas) e aço (tesoura); entre a telha e a ripa há uma película impermeável para promover a prevenção contra possíveis vazamentos.
O teatro pode ser subdividido em duas partes: a área técnica e área de acesso público. A área técnica é constituída por 4 (quatro) pavimentos, sendo o primeiro, o subsolo, composto por: área de serviço, 2 (dois) banheiros, 2 (dois) depósitos, caixa d’água, 1 (uma) entrada de serviço e um fosso destinado a uso de orquestra. O segundo pavimento encontra-se o palco, 2 (dois) camarins e área de circulação. O terceiro, contempla 2 (dois) camarins, sala da antiga projeção e área de circulação e, finalmente, o quarto pavimento, além da sacada há o urdimento.
área de acesso ao público é composta por 3 (três) pavimentos e o sótão. No primeiro verifica-se a existência do Foyer, de 2 (duas) bilheterias, de 2 (dois) halls de acesso às escadas, de 4 (quatro) escadas, da plateia, do hall da plateia, de 2 (dois) balcões laterais, de 9 (nove) banheiros e de 3 (três) depósitos. O segundo pavimento é constituído pela área para camarotes, 2 (dois) camarotes especiais, balcão nobre, hall, 4 (quatro) banheiros e 2 (duas) escadas com hall. O terceiro apresenta além da área da galeria, sala de projeção, 5 (cinco) banheiros, 2 (dois) halls de acesso às escadas e 1 (uma) escada de acesso ao sótão e, finalmente, ao nível do sótão há uma sacada.
2. Metodologia
O programa foi dividido em cinco etapas. Considerando as mesmas de forma sucinta, tem-se: pesquisa bibliográfica; estudo de manutenção de imóveis históricos tombados; estudo de casos: análise, inspeção preliminar, detecção da necessidade de intervenção; análise das condições de manutenção de bens públicos tombados (análise histórica do edifício, levantamento fotográfico das patologias encontradas, seleção da estratégia a adotar, levantamento e diagnóstico) e, finalmente, uma sistemática de proposta para recebimento dos serviços a serem desenvolvidos.
Este trabalho pretende atingir resultados que possam contribuir para se estimar, com maior consistência, os efeitos produzidos pela má conservação dos patrimônios antigos e bens tombados bem como, das consequências dos maus tratos com relação à conservação dos mesmos, o que poderá proporcionar, no futuro, restaurações, recuperações e revitalizações mais precisas.
3. Avaliação e diagnóstico das patologias da edificação
3.1. Vistoria nas fachadas da edificação
A área externa do teatro reflete a aparência e a beleza do patrimônio histórico – Cine Teatro Central, necessitando de observações nas questões podem vir a contribuir para a degradação e o comprometimento da vida útil da edificação. Neste sentido, constatam-se algumas anomalias que deverão ser sanadas a fim de restaurar/ recuperar e garantir o perfeito funcionamento dos elementos construtivos da edificação.
3.1.1. Fissuras na união parede - piso externo
Constatou-se a presença de fissuras na união parede/pavimento externo (calçamento) em praticamente toda a extensão do teatro, principalmente nas regiões localizadas nas galerias; essas são oriundas de movimentações higrotérmicas entre componentes distintos, conforme ilustrado na Figura 3. Deve-se considerar inclusive, o declive inadequado do pavimento que propicia o acúmulo de água nessas regiões, bem como o desenvolvimento de fungos e bolores e favorece o acesso da água para o interior da edificação.

http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/2eb6a7278b0e_figura_03.png
Fig. 3
Foto autores
3.1.2. Recalque no piso do passeio na fachada frontal
Observou-se, conforme ilustrado na Figura 4, um recalque próximo à escada de acesso a entrada principal do teatro, oriundo, provavelmente, de vazamentos na rede de capitação e/ou distribuição de água pluvial e/ou esgoto da cidade. Verifica-se a ocorrência, sem sucesso, de intervenções a fim de sanar tal transtorno.
http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/d5b1a6c99f31_figura_04.jpg
Fig. 4
Foto autores
3.1.3. Fissuras por atuação de sobrecarga nas aberturas de janelas
Observa-se o aparecimento de fissuras, com inclinação de cerca de 450, no canto das aberturas de janelas e basculantes geradas pela falta e/ou deficiência de vergas e contra-vergas, oriundo de erros no processo construtivo da edificação, vide Figura 5. Salienta-se que esta patologia possibilita a percolação de água e, posterior deterioração da argamassa de revestimento, bem como dos materiais constituintes devido às movimentações higroscópicas.
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Fig. 5
Foto autores
3.1.4. Degradação da marquise, sobre muros e guarda-corpo das fachadas da edificação 
Constatou-se o desenvolvimento de bolor e fungos, bem como o desprendimento do emboço nas extremidades das marquises devido à inexistência de pingadeira, vide Figura 6. Tal fato foi observado em toda a extensão da fachada da edificação.
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Fig. 6
Foto autores
A presença de umidade constante no guarda corpo e nos muros das fachadas propiciam o desenvolvimento de microorganismos (fungos e bolores) resultando na degradação da pintura e da argamassa de revestimento, comprometendo, assim a vida útil dos materiais, conforme ilustrado na Figura 7.
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Fig. 7
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3.1.5. Fissuras nas paredes externas
Constata-se a presença de fissuras na parede da varanda frontal, exposta, diariamente a variação de temperatura, vide Figura 8. Verifica-se que é oriunda da má execução dos serviços de reparo efetuados que desrespeitaram os procedimentos necessários a serem adotados quando da união entre materiais distintos, ocasionando tensões e resultando na ruptura, ou seja, fissura.
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Fig. 8
Foto autores
3.1.6. Telhas quebradas e/ou empenadas no telhado
Recentemente ocorreu uma reforma no telhado, sendo assim, constata-se que sua estrutura está adequada, porém nota-se a ocorrência de telhas quebradas e/ou empenadas que poderão ocasionar o aparecimento de vazamentos que serão minimizados pelo sistema de impermeabilização existente entre as telhas e as ripas, vide Figura 9.
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Fig. 9
Foto autores
3.1.7. Infiltração oriunda do sistema de impermeabilização (marquise e sacada frontal)
A Figura 10 apresenta as imagens do teto da laje situada na entrada principal do teatro, onde constata-se diversos pontos com presença de umidade (infiltração de água), oriundos do vazamento do sistema de impermeabilização utilizada na marquise (manta), bem como a deficiência no funcionamento dos ralos, que se encontram, muitas vezes, entupidos.
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Fig. 10
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3.2. Vistoria na parte interna da edificação
A área interna, assim como a externa do Cine Teatro Central, reflete a aparência e a beleza do patrimônio histórico, necessitando de uma atenção especial nas questões que podem contribuir para a degradação e o comprometimento da vida útil da edificação. Neste sentido, observa-se algumas anomalias que deverão ser sanadas a fim de restaurar/ recuperar e garantir o perfeito funcionamento dos elementos construtivos da edificação. A seguir são apresentadas as patologias identificadas com suas respectivas medidas corretivas
3.2.1. Conservação dos pisos
Por meio de uma análise visual constataram-se diversas patologias nos pisos da edificação, a saber:
§  Ladrilhos hidráulicos: observou-se a existência de ladrilhos quebrados e/ou com elevado índice de desgaste superficial e/ou deteriorados pela ação das intempéries. Deve-se considerar, inclusive, a presença de fissuras e o descolamento de algumas peças, que sofreram reformas com o emprego de cimento queimado, muitas vezes, de coloração e textura diferenciadas, evidenciando a deficiência no controle tecnológico na execução deste serviço; vide Figura 11.
§  Piso queimado das plateias: o piso de cimento liso, queimado (vermelhão), apresenta-se com pontos de deterioração com o aparecimento de fissuras e elevado desgaste.
§  Pisos vinílico: os pisos de PVC, existente nos camarins e na bilheteria apresentam-se desgastados e deteriorados.
§  Pisos cerâmicos: os pisos cerâmicos utilizados nos banheiros dos camarins e dos Funcionários apresentam-se deteriorados, trincados e manchados com vida útil comprometida pelo uso e falta de manutenção.Deve-se considerar inclusive que os azulejos utilizados nos banheiros dos camarins, das plateias, dos servidores e das bilheterias apresentaram algumas patologias, sendo as principais: deficiência no material de rejunte, descolamento de placas de azulejo, danos oriundos dos serviços de manutenção de rede hidráulica, trincas devido à atuação de sobrecargas (falta de contraverga).
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Fig. 11
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3.2.3. Conservação das pinturas e revestimentos das paredes
As paredes da edificação merecem muita atenção ao se propor qualquer alteração, uma vez que, a maioria, está incluída no tombamento do patrimônio histórico. As principais patologias identificadas e suas medidas de correção são listadas a seguir.
§  Fissuras devido a falta de verga e contraverga: as fissuras devido à falta contra-vergas, conforme se observa na Figura 5, é um exemplo de patologia presente em cerca de 80% das paredes nas regiões próximas as janelas, basculantes e portas(vergas) da edificação. Tal fato é oriundo da atuação de sobrecargas, ocasionando a entrada de água (umidade) e a deterioração.
§  “Cantos vivos” danificados: verifica-se vários “cantos vivos” (quinas) quebrados nas paredes do teatro, vide Figura 12, bem como no detalhe artísticos existente no palco, que comprometem o sistema de pintura. Essas patologias são geradas pelo atrito e impactos de equipamentos e utensílios utilizados nas apresentações realizadas.
§  Umidade ascensional: vários locais na edificação, no primeiro pavimento, apresentam patologias ocasionadas por umidade ascensional, conforme de observa na Figura 13. Esta corresponde a um foco de umidade na parte inferior de paredes com descolamento/estufamento da pintura/revestimento causando deterioração da mesma.
§  Inclinação inadequada dos peitoris das janelas: as janelas, em praticamente sua totalidade, apresentaram peitoris com inclinação para região interna da edificação. Como não existe pingadeira tem-se o retorno da água de chuva e consequentemente a deterioração da argamassa de revestimento e da pintura, vide Figura 14.
§  Reparos mal executados: o teatro tem sofrido pequenas intervenções (reparos), contudo a sua efetivação necessita de cuidados, conforme ilustrado na Figura 15. Ressalta-se, nesses casos, principalmente as pinturas da parede devido a sua importância histórica.
§  Patologias de umidade causados por vazamentos nas calhas de esgotamento pluvial do telhado: observou-se, nas regiões superiores do teatro, a presença de manchas de umidade oriundas, possivelmente, de vazamentos da tubulação de captação de água do telhado. A Figura 16 apresenta o detalhe de um dos cantos superiores do teatro. Pode-se observar que os vazamentos estão deteriorando a pintura e ocasionando a formação de microrganismos (fungos).
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Fig. 12
Foto autores
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Fig. 13
Foto autores
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Fig. 14
Foto autores
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Fig. 15
Foto autores
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Fig. 16
Foto autores
3.2.6. Recalque da região frontal do palco
Verificou-se que a parte frontal do palco apresenta 2 cm de desnível em relação ao piso de cimento situado em região posterior. Percebe-se riscos aos artistas e aos operadores. A Figura 17 mostra os detalhes deste desnível no palco.
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Fig. 17
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3.2.7. Conservação das portas
As portas encontram-se desgastadas, com presença de umidade e cupins, partes quebradas, falta de fechaduras e/ou dobradiças.
Nas portas de vários cômodos é possível verificar as más condições das fechaduras, trincos e dobradiças. Algumas portas da edificação detectam-se a presença de cupins (60%) danificando a sua estrutura e estética.
3.2.8 – Conservação das Janelas
Durante a vistoria diagnosticou várias patologias nas janelas da edificação. A maioria oriunda da ação do intemperismo e da falta de manutenção, destacando-se: janelas apodrecidas oriunda da presença de umidade, regiões danificadas devido a falta de serviços de manutenção, janelas com vidros quebrados e/ou desuniformes com os modelos existentes no teatro.
4. Sistemática de produção e recebimento da obra
As fases de planejamento e projeto dizem respeito à previsão da edificação, portanto, as decisões tomadas nessas fases são aquelas que influenciam diretamente na qualidade do ambiente construído. Salienta-se que o planejamento é um instrumento de integração entre a concepção e a produção, enquanto que o projeto é o instrumento que viabiliza a produção do empreendimento, concretizando a concepção (3).
No que se refere ao projeto, constata-se que se for efetuado inadequadamente ocorrerá o surgimento de falhas, na relação com: o planejamento, a determinação de fabricantes e fornecedores de materiais, além de graves problemas na execução dos serviços, refletindo para os usuários e para a etapa de operação e manutenção.
Dentre deste contexto, verifica-se que a etapa de projeto está configurada como o fluxo de atividades de decisões que caracterizam por momentos fundamentais, como: análises dos vínculos e objetos do projeto, elaboração de hipóteses de soluções, determinação de soluções e a verificação da correspondência das mesmas com os objetivos propostos. Essa verificação é uma condição necessária e suficiente para um bom projeto, controlando e validando a garantia de qualidade de um projeto de construção.
A fase preliminar de um projeto consiste em definir os vínculos e os objetos do mesmo, conhecida também, por instruções. O responsável pode ser o contratante com a ajuda de construtores e projetistas, para que se definir os objetivos iniciais da qualidade em termos de funcionalidade e ambiente ou então, mais genericamente, tecnológica. Nesta fase, são definidos todos os objetivos, tanto técnicos quanto econômicos e, como será possível alcança-los em função dos recursos disponíveis.
Na fase seguinte, denominada projeto funcional, são definidas as características morfológicas e dimensionais dos espaços e dos elementos a fim de se satisfazer as exigências dos usuários, terminando-a com a identificação dos defeitos que devem ser estudados nas fases seguintes.
A fase de definições das tecnológicas de uma edificação, considerando a durabilidade de um edifício e suas partes, poderá ser denominada porprojeto tecnológico. Esta, também, e uma fase prescritiva onde se define os elementos técnicos que garantam as condições de funcionalidade, habitabilidade e conforto dos ambientes. E, finalmente, efetua-se o controle da durabilidade do projeto, que resulta em soluções técnicas, em definições dimensionais, materiais e construtivas, da partes que constituem cada elemento da edificação.
O quadro 1 apresenta alguns fatores que podem ser gerados nas diferentes fases do projeto. O controle da durabilidade de uma solução poderá ser analisado através da “análise do mecanismo de falhas”, podendo ser realizado concomitantemente com o comportamento dos materiais, através de ensaios diretos e indiretos, podendo ser obtida por:
§  Determinação dos elementos técnicos e instalações que constituem o sistema tecnológico do edifício;
§  Determinação dos agentes degradantes, aos quais aos materiais estão sujeitos;
§  Estabelecimento de uma correlação entre as alterações dos materiais e a modificação geométrica e funcional dos elementos;
§  Determinação da gravidade da falha e sua estimativa quantitativa e qualitativamente.
Um exemplo ilustrativo da proposta apresentada está descrito no Quadro 2, no que se refere à confecção de argamassas. Estes requisitos fundamentais devem garantir a garantia da qualidade e durabilidade das mesmas. Salienta-se que para o controle da durabilidade a solução proposta deve determinar os possíveis erros patológicos mediante uma análise dos mecanismos de falhas.
Conhecer as principais propriedades das argamassas no estado fresco (p. ex.: trabalhabilidade, retenção da água), que resultam nas propriedades do estado endurecido (p.ex.: capacidade de absorver deformações) é uma forma eficaz de evitar alguns erros grosseiros que resultam em patologias.
Ao longo do tempo, independente do tipo do material ou do uso à que se destina, deve-se exigir sempre as mesmas funções básicas das argamassas: unir; vedar; regularizar e proteger.
Quadro 1 – Definições para cada uma das fases do projeto de uma edificação
Fase do projeto
Produto
Fatores a considerar
Instrução
Objetivos e características gerais da edificação, tempo previsto, usuário, atividades, requisitos e especificação funcional, dos ambientes e tecnológicas.
Erros na definição do objetivo da qualidade.
Projeto funcional
característica morfológica-dimensional dos espaços e dos elementos, tipo de ação para o usuário em cada ambiente (tipologia do elemento espacial)
Espaço inadequado para o desenvolvimento das atividades previstas
Projeto tecnológico
Requisitos e especificações tecnológicas, modelos funcionais e tecnológicas.
Erro na definição tecnológica, nos objetivos relacionados a caracterização do uso.
Durabilidade do projeto
Modelo de funcionamento primário da edificação e suas partes onde se determina as soluções técnicas a serem adotadas
Erros na determinações dos materiais, deficiência na análise dos agentes internos e externos.
Quadro 2 – Exemplo de análise dos fatores que podem ser alterados para a execução de argamassa
Função
Argamassa
(concepção)
Argamassa (material)
Argamassa
(execução)
Materiais
Especificar espessura, traço que garanta durabilidade da edificação.
Emprego de materiais livre de impurezas e traço
Garantir a perfeita execução do serviço.
Causas
Proteção e impermeabilidade a penetração de agentes agressivos
Comprometimento da durabilidade e da vida útil devido a má qualidade dos materiais
Uniformidade e garantia na perfeita execução dos serviços.
Efeito
Aumento da durabilidade
Aumento da durabilidade
Garantia da qualidade e da durabilidade
Gravidade
Alta
Alta
Alta
Frequência
Alta
Alta
Alta
Alternativa
Normalização técnica vigente ou definição do emprego de outra.
A ser definida
Gerenciamento da produção.
5. Conclusão
A manutenção de edifícios possui um significado abrangente tanto econômico, social, acadêmico, cultural e técnico quanto jurídico. Nos países desenvolvidos, o valor em cada ano pode atingir 2% do valor total dos prédios, no Brasil, este valor poderá ser maior devido ao baixo controle de qualidade.
Segundo a normalização brasileira entende-se por manutenção de edifícios “o conjunto de atividades a serem realizados para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes, de atender as necessidades e segurança dos seus usuários. Dentre as necessidades dos usuários enquadram-se as exigências de segurança, saúde, conforto, adequação ao uso e economia cujo, atendimento é condição para realização das atividades previstas no projeto” (4).
O diagnóstico das patologias de um edifício como um todo ou em suas partes significa identificar as manifestações e sintomas das falhas, determinar as origens e mecanismos de formação, estabelecer procedimentos e recomendações para a prevenção. A partir do diagnóstico é possível planejar as atividades de recuperação, restauração, dentre outras. Estes dados apóiam os serviços de manutenção, que busca maximizar o desempenho quanto à segurança e habitabilidade dos edifícios e minimizar os custos dos serviços e as intervenções a serem efetuadas no mesmo.
As patologias do Cine Teatro Central indicam os problemas que vêem surgindo através dos tempos, por isso, o objetivo é preservar as referências culturais relevantes, remontar as características tradicionais e intrínsecas à sua condição. No entanto, um projeto de preservação desse tipo não é simples de ser implantado, mas, uma vez que se começa, fica muito mais fácil de continuar.
Espera-se, através deste enfoque, obter resultados que possam contribuir para se estimar, com maior consistência, os efeitos produzidos pela má conservação dos patrimônios antigos e seus acervos, bem como das consequências dos maus tratos com relação à conservação dos mesmos, proporcionando, no futuro, restaurações, recuperações e revitalizações mais precisas.
A simples ação de preservação e conscientização pode fazer crescer a sociedade no futuro, pois o presente e o passado são coisas importantes para o crescimento. Portanto, é preciso criar uma consciência ativa para preservar os patrimônios culturais, ou as gerações futuras conhecerão o passado apenas através dos álbuns de fotografias. Se não for levada a sério a preservação, breve só restará o arrasamento de marcos, a destruição de patrimônios arquitetônicos e muito arrependimento.
notas

BARBOSA, Maria Teresa; FINOTTI, Marzio H.; SOUZA, Vicente C. “Patologias de Edifícios Históricos Tombados de Propriedade da Administração Pública”, In:Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas. Aveiro, Portugal, 2008.
2
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2007). Cine Teatro Central. Disponível em: <http://www.ufjf.edu.br >.
3
BARBOSA, Maria Teresa; SANTOS, W. “Controle de Projeto como Instrumento de Prevenção de Patologias nos Postos de Saúde localizados na cidade de Juiz de Fora”, In: X Congreso Latinoamericano de Patología y XII Congreso de Calidad en la Construcción. CONPAT 2009. Anais. Valparaíso, de 29 de setembro a 2 de outubro, 2009.
BARBOSA, Maria Tereza; PIRES, Verônica L. “Prevenção de Fissuras em Argamassas de Revestimento através do Controle na Etapa de Produção de Uma Edificação”, In: 4th International Conference on Structural Defects and Repair (CINPAR). Portugal, 2008.
ANGELIS, E.; POLTI, S.; TISO, A. “El Controle del Proyecto como Instrumento para la Prevención de lãs Patologias de la Co0nstrucción”, In: IV Congresso Iberoamericano de Patologia das Construções. (CONPAT). Porto Alegre, v. 2, 1997, p. 309-318.
GUS, Marcio. “Um Modelo para Gestão da Qualidade na Etapa de Projeto”, In:Gestão da Qualidade na Construção Civil. Porto Alegre. 1997, pp. 29-58.
SOUZA, Roberto; MEKBEKIAN Geraldo; SILVA, Maria A.; LEITÃO, Ana C.; SANTOS, Márcia M. Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas Construtoras. São Paulo, PINI, 1995.
4
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 5674. (1999). Manutenção de Edifícios – Procedimentos.
sobre os autores
Maria Teresa Gomes Barbosa é Engenheira Civil, D.Sc. pela COPPE/UFRJ, Professora Associada da UFJF, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído/UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção civil, patologia das construções, inovação tecnológica, enfocando, principalmente o Ambiente Construído e sua sustentabilidade.
Antônio Eduardo Polisseni é Engenheiro Civil, D.Sc. pela UFRGS, Professor Associado da UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção civil, patologia das construções, inovação tecnológica, enfocando, principalmente o Ambiente Construído e sua sustentabilidade.
Maria Aparecida Steinherz Hippert é Engenheira Civil, D.Sc.pela COPPE/UFRJ, Professora Adjunta da UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção, gerenciamento de empreendimento, inovação tecnológica e informação tecnológica.
White José dos Santos é Engenheiro Civil, aluno do curso de Mestrado Acadêmico em Ambiente Construído/ UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção, manutenção de edifícios, sustentabilidade da edificação.
Igor Moura de Oliveira é Bolsista de Treinamento Profissional da UFJF – Projeto: Cine Teatro Central, graduando do curso de Engenharia Civil da UFJF.
Karla Teixeira Monteiro é Bolsista de Treinamento Profissional da UFJF – Projeto: Cine Teatro Central, graduando do curso de Engenharia Civil da UFJF.