segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Demolição da Geral do Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã) e Polêmica com Marquise


Talita Roberta de Lima
3º ano Educação Artística - Licenciatura 


O estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, (que em tupi-guarani significa chocalho, devido ao som de pássaros que viviam por ali faziam) está passando por reformas para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Situado no Rio de Janeiro, foi inaugurado em 1950, sendo utilizado na Copa do Mundo daquele ano, onde o Brasil foi derrotado pelo Uruguai no jogo final.
O Maracanã tem seu formato oval, medindo 317 metros em seu eixo maior e 279 metros no menor. Mede 32 metros de altura, o que corresponde a um prédio de seis andares, e a distância entre o espectador mais distante o centro do campo é de 126 metros. A cobertura protege parcialmente as arquibancadas em toda a sua circunferência. É na cobertura que se encontram os refletores que iluminam o estádio, que funcionam a vapor de mercúrio.
Desde 1962,  a medida do gramado é de 110 por 75 metros. O fosso que separa o campo das cadeiras inferiores mede 3 metros de profundidade com bordas em desnível.
O acesso ao gramado dá-se por meio de quatro túneis subterrâneos que começam nos vestiários.  Existem cinco vestiários no estádio, sendo utilizados normalmente apenas três, um para cada time que disputa uma partida de futebol  e outro para a arbitragem. Espaço mais democrático do estádio, a geral do Maracanã, ficou conhecida por reunir torcedores dos grandes clubes cariocas, era o local onde haviam torcedores fantasiaodos que expunham seu amor ou sua indignação, e  sempre ficava lotado.
Em 2005 a geral sucumbiu a modernidade, e começou a ser destruida, de seus 30mil lugares, foi reduzido para 18 mil. De acordo com a FIFA, o público não pode mais ficar de pé, com as novas leis elaboradas, agora tem cadeira para o torcedor. Só que o torcedor não quer ficar sentado.  
Na Copa do Mundo de 1950, o Maracanã abrigou um público de aproximadamente 210 mil pessoas, hoje não suporta 100 mil. Na geral do “Maraca” entrava “tanto quanto desse” e naquela época de 1950 a população era  magrinha, por isso cabia tanta gente.
O ingresso era a preço popular, R$ 3,00 (três reais), dependendo do jogo o ingresso gira em torno de R$ 30,00 a R$ 60,00 reais.
A documentarista Anna Azevedo, fez um curta metragem registrando os últimos jogos no espaço, “Maracanã na Geral” é uma homenagem ao torcedor que tanto prestigiou este lugar. O filme já passou por alguns festivais e Anna Azevedo vai transformá-lo em longa-metragem.


            Entretanto, este não é o único problema que este estádio sofre, agora com as reformas da Copa do Mundo de 2014, surgiu a polêmica da Marquise, pois o procurador da justiça,  Mauricio Rodrigues entrou com uma liminar para paralisar as obras do estádio por causa da demolição da marquise, sob pena de multa diária. O magistrado alega que o IPHAN( Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional do Rio de Janeiro) o seu superintendente Carlos Fernando Andrade teria expedido o requerimento sem os trâmites exigidos. Andrade se defendeu dizendo que uma intervenção desta natureza não necessita passar pelo conselho do orgão.

            O Maracanã foi tombado em 2000, é o único estádio tombado no Brasil, no livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Algumas pessoas dizem que são contra essas mudanças, afinal deve ser preservado suas características naturais, não havendo mudanças radicais, pois a marquise será derrubada pra construção de arquibancadas que caberão mais cadeiras e assim mais pessoas e mais lucros.

Pensa-se no arrecadamento, não a preservação e manutenção de um estádio histórico que abriga a maior torcida do país. O procurador conseguiu paralisar as obras, porém não por muito tempo pois,  a Justiça não aceitou o argumento dos procuradores e a obra foi retomada, alegando que o Maracanã é tombado por ser palco de manifestação da cultural, não por arquitetura e as obras de demolição terminam em três meses.



Conversei com um torcedor que esteve na final da Copa América de 1989, ele tinha 25 anos nessa época, José Dilson Nunes, hoje com 47 anos, ele disse que a geral do Maracanã era incrível e naquela época não se falava muito de drogas, não havia tanta bandidagem ou se havia não era tão polêmico como é hoje por isso podíamos ir e vir na geral que tudo dava certo.  Perguntei o que ele acha das mudanças feitas no estádio, ele respondeu:

“Acho interessante nosso país ser o que vai sediar a Copa, no entanto acho desnecessário derrubar marquise para se colocar mais pessoas no estádio, hoje onde se tem muita gente tem também muita confusão, e sabemos que o que interessa mesmo é os lucros finais, já acabaram com a Geral, estão derrubando a marquise, não faltará mais nada pra mexer. Não tenho certeza se sairia de minha casa para ver um jogo no Maracanã,  pois sei que encontrarei muitas mudanaças, que não vou  gostar, mas sinto saudades de estar na Geral e vestir minha peruca vermelha”.

E, eu que só vi o Maracanã de longe espero que o estádio esteja pronto para receber ao menos a final da Copa.

Referências bibliográficas: wikipedia/ estadio maracanâ
Entrevistado: José Dilson Nunes, aposentado, morador da cidade de São Sebastião do Paraíso – MG , visitou  Rio de Janeiro em 1989, é torcedor fanático do Flamengo, assim com sua mãe.

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