domingo, 20 de novembro de 2011

Secretaria Executiva de Administração do Estado SEAD

Estudo de Caso de uma Edificação de Linguagem Modernista em Belém do Pará


FLÁVIA DAMASCO RODRIGUES

          Em meados dos anos 60, o arquiteto e engenheiro Camillo Porto de Oliveira, projetou uma casa uni familiar em Belém do Pará, em linguagem modernista, localizado no bairro Batista Campos onde o uso do solo era predominantemente residencial, sendo seus moradores de classe média e classe média alta. Mas hoje, por causa de uma “reciclagem natural”, esta casa é ocupada por uma das unidades do órgão público da SEAD.


Projeto originalmente concebido para ser habitação uni familiar.

          Este novo tipo de uso está relacionado ao processo de crescimento do bairro, onde nos anos 80, houve uma instalação de grandes magazines e que no inicio dos anos 90, foram substituídos por um shopping, levando assim vários imóveis residenciais a serem usados como serviço, comércio e misto, tornando-se um bairro comercial, acarretando assim, a falta de segurança do local depois do horário de expediente do comércio, diminuindo ainda mais o número de uso habitacional do local e também acaba tornando inviável o seu uso original.
          A “reciclagem natural” acabou descaracterizando alguns acervos arquitetônicos do bairro, onde havia vários estilos, como art deco, neocolonial, eclética, moderna entre outras, esta descaracterização é devido a falta de informações e de auxílios governamentais para orientar a preservação dos imóveis.
          Em decorrência deste novo uso ao imóvel levou a alguns danos à edificação, pois houve várias adequações para tornar uma residência em uma instituição pública, sendo eles: o acréscimo de um muro de 2 metros de altura, que acabou tirando um dos conceitos que Porto usava em seus projetos residenciais, que é a ausência de qualquer elemento que bloqueasse a visibilidade das fachadas, sendo que era o elemento de grande destaque em suas obras; o fechamento da garagem esquerda levou a perda de equilíbrio entre os volumes da edificação; as adequações na residência como a elevação de paredes para delimitar os novos ambientes, acabou perdendo a integridade da planta original, sendo assim mais difícil de identificar os novos ambientes; a subutilização da área externa da edificação, principalmente da piscina que perdeu totalmente sua função.

Piscina

          Um grande problema também encontrado nesta edificação, que é comum em obras de interesse a preservação que são ocupadas por órgãos públicos, é o descaso quanto a conservação e a desorientação quanto a reformas de interiores para as novas adaptações, um destes problemas encontrados nesta edificação podem ser vistos nas fotos a seguir:

de manutenção na cobertura acarretando infiltrações na parte interna da edificação


Revestimento interno em péssimo estado de conservação.

Adaptações improvisadas da rede logística e elétrica

Uso das áreas externas da edificação como deposito

         Por esta obra não ter sido planejada para uma instituição pública, há grandes deficiências no local para adequar às novas necessidades do novo uso, como o grande fluxo de pessoas, que não comporta as áreas de circulação que tem larguras mínimas; para atender às novas necessidades, teve que subdividir os ambientes em salas, com o uso de divisórias de Eucatex, acarretando, em alguns ambientes, uma deficiência na iluminação e ventilação.
          Pelo levantamento histórico pode-se ver que o projeto não apresenta perdas irreversíveis quanto à leitura do projeto, podendo, assim, com um estudo mais aprofundado do lugar se chegar a planta original. Nota-se que a falta de um projeto para adequar esse novo uso, acarretou em dificuldades funcionais dos ambientes para os usuários. E viu-se também que, se não houver uma melhor conservação do local, futuramente levará a sérios danos a mesma.
          Na cidade de Belém há um grande descaso pela preservação e conservação do acervo arquitetônico de linguagem moderna, isso se deve ao saudosismo em relação as obras da Belle Époque, onde se valorizava o ornamentos, as cores vivas e as formas orgânicas.
          Seria necessário a organização de debates e simpósios para incentivar e orientar a população para uma melhor conservação desses acervos e também para mostrar o valor que esses bens tem para a história da cidade.


FLÁVIA

MELHOROU MUITO MAS AINDA FALTOU AS FONTES DA PESQUISA.



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