Trechos de Jacques Le Goff (Por amor às cidades)
"A fim de fixar uma representação da cidade que possamos dominar mentalmente, mobilizamos os recursos da história. A cidade contemporânea escapa às definições tradicionais, mas queremos atá-la ao pedestal de um patrimônio. Na realidade, o exercício que experimentamos é um tanto vão, o passado se esquiva àquilo que lhe pede o presente." (p.143)
"A forma de uma cidade muda mais depressa, lamentavelmente, que o coração de um mortal." Baudelaire
"Há muito tempo os centros são objetos de ferozes batalhas; eles não querem desaparecer sem combate, eles resistem. Parece-me, entretanto, que a evolução age profundamente contra o centro urbano. Ele não é mais adaptado à vida econômica, à vida das relações que dominam as populações urbanas. Então, o que ele se torna? Centro Storico, dizem muito bem os italianos. E se ele ainda brilha, é a beleza da morte. Caminha-se em direção ao centro-museu." (p.150)
IDENTIDADES DO PATRIMÔNIO
Este Blog foi criado como instrumento de reflexão e divulgação dos estudos relacionados ao patrimônio, tendo como diretrizes as disciplinas de Técnicas Retrospectivas (Arquitetura e Urbanismo) e Educação Patrimonial (Licenciatura em Artes Plásticas) ministradas pela professora Alessandra Baltazar.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Memória e esquecimento
Definição de memória segundo Santo Agostinho
“Eu evoco minha tristeza sem ficar
triste, a lembrança de um desejo não se acompanha deste desejo, às vezes
lembro-me com alegria de minha tristeza e com tristeza de minha alegria”.
Santo Agostinho (354 – 430 d.C.)
MEMÓRIA X REVIVER O PASSADO
MEMÓRIA X HISTÓRIA
MEMÓRIA INDIVIDUAL X MEMÓRIA COLETIVA
NECESSIDADE DE GUARDAR X NECESSIDADE DE ESQUECER
Definição de memória segundo Carlos Drummond de Andrade
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
muito mais que lindas,
essas ficarão.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
O começo
A disciplina apresenta a conceituação sobre o patrimônio cultural, com ênfase no patrimônio arquitetônico brasileiro, numa abordagem que parte do objeto e culmina na requalificação urbana. Estudo sobre a evolução da proteção ao patrimônio. Preparação técnica e teórica do aluno para atuar na elaboração de projetos e gestão patrimonial.
Ao final do curso o aluno terá a possibilidade de conhecer e associar o valor do patrimônio como um bem a ser perpetuado. Adquirir conhecimento sobre as teorias do patrimônio e sua evolução. Dominar os conceitos de proteção e as legislações específicas.
Compreender as deficiências da preservação e fundamentar as ações propostas com critérios técnicos e teóricos coerentes.
Além disso, o aluno será capaz de produzir inventários de bens imóveis, avaliar patologias em edificações, pesquisar linhas de atuação na preservação do patrimônio de acordo com as cartas patrimoniais e legislações existentes. Desenvolver a habilidade para a leitura e reflexão de textos e projetos. Discutir com o grupo as tendências teóricas atuais do restauro. Expressar com clareza e objetividade seu posicionamento em relação a questões polêmicas do patrimônio.
Por fim, o aluno deverá envolver-se com a questão do patrimônio cultural e compreender o papel do arquiteto na preservação dos bens imóveis. Desenvolver consciência crítica sobre as polêmicas do patrimônio, atreladas a questões sociais e econômicas.
Aula 01: Apresentação e discussão do plano de ensino
Apresentação e discussão do plano de ensino - conteúdos a serem estudados, bibliografia, avaliação etc.
Aula 02 Memória e Esquecimento
Debate sobre o conceito e a importância tando do lembrar quanto do esquecer.
Aula 03: Identidade e Patrimônio
Apresentação dos conceitos de identidade e a abrangência do patrimônio.
Aula 04: Lugares e Suportes da Memória
Ampliar os conceitos e as possibilidades de suportes para a memória.
Aula 05: A Origem do Patrimônio
Apresentar a trajetória do patrimônio, de sua origem aos dias atuais.
ATIVIDADE EXTRA CLASSE: (3,0)
Aula 06: O Direito ao Patrimônio
Debate sobre o direito individual e coletivo pela preservação do patrimônio.
Aula 07: Debate: Narradores de Javé
Divisão da turma pela defesa de interesses opostos e avaliação do desenvolvimento de argumentos coerentes. (2,0)
Aula 08: Patrimônio Cultural e suas categorias
Apresentar as subdivisões do patrimônio e entidades relacionadas à defesa e preservação do mesmo.
Aula 09: Monumentos Históricos
Debate sobre o conceito de monumento presente no livro A Alegoria do Patrimônio.
Aula 10: Formas de Proteção
Apresentar os diferentes níveis de preservação e instituições relacionadas.
AVALIAÇÃO BIMESTRAL 5,0
Avaliação da compreensão do conteúdo apresentado no bimestre.
Aula 13:Teoria do Restauro (Ruskin e Le Duc)
Apresentar as teorias destoantes entre John Ruskin e Viollet Le Duc.
Aula 14: Teoria do Restauro (Boito e Brand)
Apresentar as teorias de Camillo Boito e Cesare Brandi
Aula 15: Cartas Patrimoniais
Apresentar algumas das principais Cartas Patrimoniais que formaram os principais parâmetros da preservação.
ATIVIDADE EXTRA CLASSE: 3,0
Aula 16: Cartas Patrimoniais
Apresentar as Cartas Patrimoniais que servem como referência nos dias atuais.
Cartas Patrimoniais
Atividade prática de consulta às Cartas Patrimoniais (2,0)
Aula 17: Legislação Brasileira de Preservação
Apresentação das leis federais, estaduais e municipais.
Aula 18: Órgãos de preservação
Apresentação do desenvolvimento da política patrimonial no Brasil
Aula 19: Preservação no Brasil
Apresentação crítica do panorama da preservação no Brasil.
Aula 20: AVALIAÇÃO BIMESTRAL 5,0
Avaliação da compreensão do conteúdo apresentado no bimestre.
BIBLIOGRAFIA
A alegoria do patrimônio. Françoise Choay, Editora UNESP,
São Paulo, 2001.
Neocolonial, Modernismo e Preservação do patrimônio no
debate cultural dos anos 1920 no Brasil.Maria Lúcia Bressan
Pinheiro. EDUSP, São Paulo, 2012.
Preservação do patrimônio Arquitetônico da industrialização.
Beatriz Mugayar Kuhl. Ateliê Editorial, São Paulo, 2009.
Cartas Patrimoniais. Isabelle Cury. IPHAN, 3ª edição,
Brasília, 2001.
Catecismo da Preservação de Monumentos. Max Dvorak,
Ateliê Editorial, São Paulo, 2008.
Educação Patrimonial: Teoria e Prática. André Luis R.
Soares, Sergio Celio Klamt Editora UFSM, Santa Maria,
2008.
As cidades brasileiras e o patrimônio cultural da humanidade.
Fernando Fernandes da Silva. Editora Peiropolis, Peiropolis,
2012.
Intervenções em Centros Urbanos:objetivos, estratégias e
resultados. Ana Luisa Howard de Castilho; Heliana Comin
Vargas. Editora: Manole. São Paulo, 2009.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
domingo, 16 de setembro de 2012
São Luiz do Paraitinga
Sobre a reportagem:
Título: 1- Segundo balanço, 300 edificações estão danificadas / 2- O flagelo de São Luis do Paraitinga / 3- Chuva isola São Luis do Paraitinga-SP e deixa quase toda a população fora de casa.
Fonte: site 1-http://www.panoramabrasil.com.br/segundo-balanco,-300-edificacoes-estao-danificadas-id39398.html
Data: 06/01/2010
03/01/2010
02/01/2010
Fatores deteriorantes identificados na reportagem:
A cidade de São Luís do Paraitinga-SP no Vale do Paraíba, possui 470 edificações tombadas como patrimônio histórico. No início do ano de 2010, fortes chuvas prejudicaram a região com enchentes constantes, fazendo com que assim cerca de 300 delas ficassem parcialmente danificadas. Segundo o balanço do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cerca de 40 edificações necessitam passar por obras de restauro para voltarem a sua originalidade. A matriz da cidade, biblioteca e também a Capela das Mercês foram totalmente destruídas pela enchente.
Tharso Diniz Braga - 8582-52
Sobre a reportagem:
Título: 1- Segundo balanço, 300 edificações estão danificadas / 2- O flagelo de São Luis do Paraitinga / 3- Chuva isola São Luis do Paraitinga-SP e deixa quase toda a população fora de casa.
Fonte: site 1-http://www.panoramabrasil.com.br/segundo-balanco,-300-edificacoes-estao-danificadas-id39398.html
Data: 06/01/2010
03/01/2010
02/01/2010
Fatores deteriorantes identificados na reportagem:
A cidade de São Luís do Paraitinga-SP no Vale do Paraíba, possui 470 edificações tombadas como patrimônio histórico. No início do ano de 2010, fortes chuvas prejudicaram a região com enchentes constantes, fazendo com que assim cerca de 300 delas ficassem parcialmente danificadas. Segundo o balanço do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), cerca de 40 edificações necessitam passar por obras de restauro para voltarem a sua originalidade. A matriz da cidade, biblioteca e também a Capela das Mercês foram totalmente destruídas pela enchente.
Tharso Diniz Braga - 8582-52
Chuva isola São Luiz do Paraitinga (SP) e deixa quase toda população fora de casa
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da Folha Online
A chuva que atingiu o Vale do Paraíba neste começo de ano causou danos em cidades da região e alagou São Luiz do Paraitinga, onde aproximadamente 9.000 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas --quase toda a população--, de acordo com estimativas da Defesa Civil Estadual. Prédios históricos estão danificados, entre eles a igreja matriz São Luiz de Tolosa, construída no século 19, que desabou neste sábado.
Veja desabamento de igreja em São Luiz do Paraitinga
Equipes resgatam corpo de sexta vítima em Cunha
Leitores relatam tragédia e problemas em Angra
Sobe para 41 número de mortos em Angra
Leia a cobertura completa da tragédia em Angra
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Joel Silva/Folha Imagem |
Escombros da igreja matriz, destruída pela chuva em São Luiz do Paraitinga; centro histórico da cidade ficou totalmente alagado |
Com o grande volume de chuva, o rio Paraitinga, que corta a cidade, transbordou. Segundo a Defesa Civil, o nível do rio subiu aproximadamente 15 metros e inundou praticamente todo o município. Imóveis ficaram cobertos, e muitos continuam com água pelo telhado. Todo o centro histórico --que abriga o conjunto arquitetônico de casas térreas e sobrados-- foi inundado. De acordo com informações da prefeitura, a área tem cerca de 90 imóveis tombados pelo patrimônio histórico.
O Corpo de Bombeiros informou que a cidade está isolada --acessos por terra foram interditados--, sem energia e com o fornecimento de água comprometido. A comunicação por celular está prejudicada.
A Defesa Civil contabiliza 4.000 pessoas desabrigadas --encaminhadas para abrigos públicos-- e 5.000 desalojados --que aguardam a água baixar em casas de amigos ou parentes. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população estimada da cidade, em 2009, era 10.908 pessoas.
Equipes dos bombeiros usam botes para resgatar as vítimas. Os desabrigados são levados para as áreas altas da cidade. O Exército também auxilia nos trabalhos, com um helicóptero.
A prefeitura decretou estado de calamidade pública. Não há registro de feridos ou desaparecidos. Fundada em 1.769, a cidade é conhecida também pelas festas populares --como a tradicional Festa do Divino e o Carnaval.
Mario Angelo/Folhapress | ||
Enchente deixa São Luiz do Paraitinga debaixo d'água; prédios históricos na cidade ficaram danificados |
Cunha
Cunha (241 km de São Paulo), cidade turística do Vale do Paraíba, também foi atingida pelo temporal. A cabeceira da ponte do rio Paraitinga na cidade, na rodovia Paulo Virgínio (SP-171), desmoronou por volta das 9h deste sábado, informou a Polícia Militar. A rodovia já estava interditada desde sexta (1º), quando desmoronou a cabeceira da ponte do rio Jacuí, no km 40 da mesma rodovia.
Seis pessoas de uma mesma família morreram em um deslizamento de terra na madrugada de sexta na área rural da cidade. A Defesa Civil afirma que são 20 desabrigados e 75 desalojados na cidade.
Outras cidades
A chuva também tirou moradores de casa em Garatinguetá e em Guararema.
Em Guaratinguetá, a Defesa Civil afirma que são 800 desabrigados e 2.000 desalojados. Em Guararema, 45 casas foram interditadas, e 38 pessoas ficaram desabrigadas.
LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
Segundo balanço, 300 edificações estão danificadas
Balanço divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) revela que 300 edificações foram afetadas pela enchente deste começo de ano em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba. Quatro técnicos do IPT estão no município desde o último dia 1º, analisando a situação do conjunto arquitetônico local, composto por 470 edificações tombadas como patrimônio histórico.
A Igreja Matriz, a Capela das Mercês e o prédio da biblioteca foram totalmente destruídos pela enchente. O IPT apontou outro aspecto preocupante: os registros históricos da cidade correm risco de se perderem por causa da inundação do fórum e do cartório.
A Igreja São José de Ribamar, em Aquiraz, guarda um dos mais antigos acervos de arte sacra. O patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção.
Nome do aluno: Maria Laura B. Schnetzler
Título: A Igreja São José de Ribamar, em Aquiraz, guarda um dos mais antigos acervos de arte sacra. O patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção.
Fonte: http://www.defender.org.br
Data: 11/05/2010
Fatores deteriorantes identificados na reportagem: problemas com chuvas, infiltrações, e acredito eu que presença de cupins pelo o que notei em algumas imagens!
Imagens:
Reportagem:
http://www.defender.org.br/aquirazce-arte-sacra-deteriorada/
Título: A Igreja São José de Ribamar, em Aquiraz, guarda um dos mais antigos acervos de arte sacra. O patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção.
Fonte: http://www.defender.org.br
Data: 11/05/2010
Fatores deteriorantes identificados na reportagem: problemas com chuvas, infiltrações, e acredito eu que presença de cupins pelo o que notei em algumas imagens!
Imagens:
Reportagem:
http://www.defender.org.br/aquirazce-arte-sacra-deteriorada/
patrimônio está comprometido diante da falta de manutenção.
Quem se der ao luxo de sentar em uma das calçadas largas, ladeadas por ruas de calçamento e rodeadas de casarões típicos da aristocracia portuguesa, no vizinho município de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, vai perceber a movimentação dos moradores em torno dos preparativos para a grande festa que se avizinha.
É que daqui três anos, em 2013, a primeira paróquia do Ceará, fundada pelos jesuítas em 1713, completará 300 anos de existência. A gênese representativa da transformação histórica que se deu desde então, e que leva o nome de Igreja Matriz de São José de Ribamar é, hoje, uma das principais atrações turísticas do Estado e o xodó dos moradores do lugar.
A edificação faz parte do conjunto histórico-arquitetônico do centro urbano de Aquiraz, tombado desde 1983, pelo decreto 16.237, do governo do Estado do Ceará, composto pela Casa de Câmara e Cadeia, hoje abrigo do Museu de Arte Sacra de Aquiraz, e pela Casa do Capitão-Mor (tombada em 2006).
Mas, nem só de admirar os traços barrocos e neoclássicos que saltam aos olhos nas portas almofadadas da entrada, no púlpito de madeira lavrada, nos painéis pintados no forro da capela-mor ou mesmo do altar que exibe a imagem de São José de Ribamar (popular relicário São José de Botas), se ocupam os transeuntes da charmosa Aquiraz.
O risco iminente de danos irreversíveis ao patrimônio histórico, gerado pela infiltração de água das fortes chuvas que vem caindo esse ano, está tirando o sono dos responsáveis pela administração da igreja e dos católicos de plantão. Desde o tempo em que foi tombada, há 25 anos, rememora o pároco recém-chegado, Antonio Robério Martins de Queiroz, a Igreja não passou por uma reforma sequer.
Como consequência, em recente domingo, durante missa matinal celebrada sob muita água, os fiéis ficaram em polvorosa com o avanço dos vazamentos no interior patrimônio histórico. “As paredes laterais formaram uma queda d´água para dentro da igreja, parecia uma cachoeira.
Além das goteiras que apareciam por todos os lados, as pessoas tiveram dificuldade em se proteger. Toda madeira da estrutura está comprometida”, relata o sacerdote.
De fato. No interior da construção secular, erguida quando ainda éramos Siará-Grande, o cheiro de esquecimento está por todos os lados. São paredes úmidas, telhas em desalinho, tapetes esbranquiçados, pinturas descascadas, quinas quebradas e mofo, muito mofo por todo lugar. Fora a conservação das imagens em tamanho natural de São Miguel Arcanjo, que está quebrada, e do impressionante Senhor dos Passos, devidamente paramentado de roxo por causa do período quaresmal.
Seria suficientemente preocupante os problemas de falta de manutenção relatados acima, mas ainda não é tudo. Com as chuvas se infiltrando por todos os lugares, o que está realmente em risco é a preservação do painel pintado no forro da capela-mor que, a exemplo do afresco da contemporânea Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Viçosa do Ceará, recentemente restaurada, relata, através das imagens, sagas e epopeias de heróis bíblicos. Com diversos danos às cornijas (molduras) que ornamentam o painel, algumas caíram e outras estão danificadas devido às intempéries.
Em 2006, após parte da estrutura de madeira do teto da sacristia (que fica bem ao lado do forro que abriga a obra de arte) ter desabado, uma pequena reforma foi realizada no local. No espaço onde ocorreu o incidente por pouco ninguém se machucou, mas é lá onde são feitas as confissões e estão localizados os armários da paróquia.
De acordo com o historiador Otávio Menezes, da Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Cultural (COPAHC), o governo é responsável pelo tombamento, mas não fica com o ônus da manutenção. “O tombamento é uma instância jurídica para garantir que o bem seja mantido, mas restauro, reforma, manutenção, tudo isso é por conta do proprietário, nesse caso, a Igreja Católica. Há algumas vias para conseguir recursos, como os editais, por exemplo. Mas, esse ano, devolvemos quase R$ 100 mil ao Estado, dos recursos destinados pelo III Edital de Apoio à Preservação do Patrimônio de Natureza Material, por causa da pouca demanda de projetos.
Aprovamos um em Aquiraz que prevê a educação patrimonial dos paineis da capela-mor da Igreja de São José de Ribamar. Mas foi só”, lamenta Menezes.
Diante do exposto, o secretário de Cultura e Turismo do município de Aquiraz, Erick Vasconcelos, garantiu que o poder público está acompanhando de perto os problemas da Igreja Matriz, mas disse que ainda não há recursos garantidos para evitar que problemas maiores aconteçam.
“Infelizmente, a São José de Ribamar não foi contemplada no Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste), que está garantindo a reforma da Casa do Capitão-Mor, parte do Mercado das Artes, o Museu Sacro, e o piso que unificou a praça Cônego Araripe à Igreja. Essa questão é uma das prioridades do governo do Estado, esse patrimônio é nosso creio que o problema logo estará resolvido”, garante o secretário.
E assim o tempo segue passando, cumprindo a sina de desfazer o passado, fazer o presente e refazer o futuro, porque essa é sua arte. Recordando sempre que, se não soubermos quem fomos, dificilmente compreenderemos quem somos, muito menos para onde estamos indo. O passado religa o futuro.
Lendas santas
Reza a lenda brasileira que São José de Ribamar, ou São José de Botas, como foi popularizado no mundo inteiro por estar devidamente trajado para viagem, com mantos e botas, representa os bandeirantes que, à época, percorreram todo território nacional com suas contribuições tão salutares quanto questionáveis, junto à empreitada missionária católica. O de Aquiraz teria sido encontrado boiando às margens de alguma das belas praias da costa leste do litoral cearense.
A história repassada pela tradição oral deu conta de que, nem com reza braba, vela branca e ajuda de um carro-de-boi, a estátua conseguiu ser removida para uma localidade distante. Decidido em concílio de pescadores que o Santo de Botas ficaria mesmo na primeira capital do Siará-Grande, a estátua teria tomado peso de plumas. Ficando lá virou, claro, padroeiro do lugarejo.
Milagres à parte, e muita história depois, o fato é que, até hoje, a bela obra de arte do século XVIII ocupa o espaço central do altar-mor, acompanhado de ninguém menos que São Sebastião, outro santo popularíssimo entre os moradores de Aquiraz, Nossa Senhora das Graças e Cristo Ressuscitado.
Funcionários trabalham com máscaras e debaixo de chuva em delegacia da PC
O telhado
ameaça desabar e as goteiras estão por toda parte. Até a sala do delegado
amanheceu encharcada.
Investigadores, escrivães e funcionários das Delegacias de Furtos e Roubos
e Tóxicos e Entorpecentes de Patos de Minas estão tendo que enfrentar a
precariedade do prédio onde trabalham para atender a população. O telhado
ameaça desabar e as goteiras estão por toda parte. Até a sala do delegado
amanheceu encharcada.
O problema já foi mostrado aqui no Patos Hoje. O prédio onde funcionam
as delegacias de Furtos e Roubos e Tóxicos e Entorpecentes de Patos de Minas
estão ruindo com o tempo. O piso está todo danificado e o telhado ameaça
desabar. Em época de chuva, como agora, os policiais civis tem que conviver com
as goteiras que estão por toda parte.
Na manhã desta quinta-feira (15), o delegado Luiz Mauro Sampaio não
conseguiu trabalhar. O gabinete dele amanheceu encharcado. As goteiras estavam
por toda parte e documentos importantes foram molhados. A água descia de
diferentes pontos do teto e até mesmo da luminária, com risco também de um
curto na rede elétrica.
Baldes e bacias foram usados para aparar as goteiras. As infiltrações e
o cheiro forte de mofo exigem que os funcionários usem máscaras para trabalhar.
Muitos reclamam de problemas respiratórios e outras doenças causadas pelas
condições precárias do local.
O prédio onde funcionam as duas delegacias da Polícia Civil, bem
no centro da cidade, foi construído em 1912 e é tombado pelo Patrimônio
Histórico do município. Mas há anos sem reforma, a estrutura de adobe é hoje
uma ameaça. O comando da Polícia Civil está buscando um novo local para abrigar
as delegacias e o Ministério Público pode entrar com uma ação contra o Estado
para reparar o descaso com o Patrimônio Histórico.
Thiago Marini
SOBRE A REPORTAGEM
Título: “Funcionários trabalham com máscaras e debaixo de
chuva em delegacia da PC”.
Data: 15/12/2011
Fatores deteriorantes identificados na reportagem:
Fator Físico: Umidade
Fator Biológico: Mofo
Fator Humano: Vandalismo
Fator Natural: Ação do Tempo.
Terremoto danifica prédios históricos na Itália
Um forte
terremoto abalou o nordeste da Itália na madrugada de sábado para domingo. O
abalo causou a morte de pelo menos seis pessoas e danificou diversas
construções históricas.
Um terremoto de magnitude 5,9 graus na escala Richter abalou o nordeste da Itália, provocando a morte de pelo menos seis pessoas.
Um terremoto de magnitude 5,9 graus na escala Richter abalou o nordeste da Itália, provocando a morte de pelo menos seis pessoas.
Segundo o canal de televisão
italiano Rai, dois trabalhadores morreram em uma fábrica de cerâmica, um outro
em uma fundição. Outro corpo foi encontrado sob escombros de um prédio em uma
área industrial em Bondeno oeste de Ferrara, relatou a agência de notícias
Ansa.
O número exato de feridos
permanecia incerto até a tarde deste domingo. A televisão italiana Rai relatou
haver 50 feridos.
De acordo com a Ansa, uma alemã
de 37 anos sofreu um colapso circulatório após ter entrado em pânico. A mulher
se encontrava a trabalho na região de Bolonha. Uma italiana de 103 anos de
idade morreu após ao ser atingida por escombros que caíram sobre sua cama.
O terremoto abalou a região de
Emilia-Romagna no início na manhã de domingo (20/05). O epicentro foi
localizado a uma profundidade de dez quilômetros, perto do município de Finale
Emilia, ao norte de Bolonha, no norte do vale do Pó, segundo o observatório
terremotos nos EUA. O terremoto foi claramente sentido em Ferrara, Rovigo,
Verona e Mântua.
Danos em edifícios históricos
A terra voltou a tremer diversas
vezes depois. As primeiras imagens de televisão mostraram sérios danos a
prédios históricos e edifícios agrícolas. Vários prédios foram danificados na
cidade de Ferrara, que é Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco.
Em muitos lugares, as pessoas
correram em pânico nas ruas. As autoridades pediram que os cidadãos na zona do
terremoto, não voltem a entrar em suas casas.
O terremoto foi o segundo maior
na região este ano. Em janeiro, ocorreram terremotos de grau 5.3 em Gênova,
Bolonha, Turim e Milão. Não houve feridos. O mais recente grande terremoto na
Itália ocorreu em 2009 na cidade de Áquila, com magnitude de 6,3 graus. Cerca
de 300 pessoas foram mortas e dezenas de milhares ficaram desabrigadas.
Nome: André de Freitas Ferreira
Código: 943086
Sobre a reportagem:
- Título: Terremoto danifica prédios históricos na Itália
- Data: 20/05/2012 – 13h10min
- Fatores deteriorantes identificados na reportagem:
O fator deteriorante identificado nessa reportagem é causado
por fator natural, ou seja, danos provenientes de abalos sísmicos que
danificaram vários prédios na cidade de Ferrara, Itália, que é Patrimônio
Histórico da Humanidade e da Unesco.
A Catedral de 131 anos, Christchurch na Nova Zelândia será demolida após terremoto.
Nome: Caroline
Belloti Ortiz de Freitas
Título da Reportagem:
A Catedral de 131 anos, Christchurch na Nova Zelândia será demolida após
terremoto.
Fonte: http://www.publico.pt/Mundo/nova-zelandia-vai-demolir-catedral-com-131-anos-que-ficou-danificada-apos-terramoto-1536128
http://euntesdocete.blogspot.com.br/2011/02/pelo-menos-65-mortos-em-terremoto-em.html
http://euntesdocete.blogspot.com.br/2011/02/pelo-menos-65-mortos-em-terremoto-em.html
Data: Terremoto
ocorrido em Fevereiro de 2011.
Fatores deteriorantes: Dano causado pelo fator natural, um terremoto de 6,3 graus na escala Richter.
Fatores deteriorantes: Dano causado pelo fator natural, um terremoto de 6,3 graus na escala Richter.
Os estragos foram muitos, a recuperação seria demasiado cara. Por isso a catedral anglicana de Christchurch, uma das mais emblemáticas da Nova Zelândia, vai ser demolida.
A catedral tornou-se um símbolo da cidade de Christchurch. De estilo gótico, construída na era vitoriana, ergue-se na praça central, a despertar a atenção de quem passa. Mas quem a quiser ver, mesmo que parcialmente destruída, não terá muito tempo. As autoridades decidiram demoli-la porque foi muito danificada pelo terramoto que atingiu a região no ano passado e o custo da recuperação é elevado.
Há um ano, a 22 de Fevereiro, a Nova Zelândia foi atingida por um terramoto de 6,3 na escala de Richter que destruiu boa parte do centro de Christchurch. Morreram 185 pessoas, cerca de 6000 casas ficaram destruídas e a catedral também não resistiu. Desde então tem sido debatido o futuro daquele ponto de encontro e atracção turística.
A decisão acabou por ser tomada agora. Victoria Matthews, arcebispo da diocese anglicana de Christchurch, anunciou nesta sexta-feira aos jornalistas que a catedral irá ser demolida. “A decisão foi tomada depois de muita deliberação e com as maiores preocupações quanto à segurança”, disse.
A demolição será gradual e cuidadosa, para salvaguardar as gravuras históricas no interior. Victoria Matthews fala até em desmontar, em vez de demolir. “Não haverá bulldozers nem máquinas de demolição”, garante. A catedral irá abaixo “com o maior cuidado para podermos conservar os tesouros que se encontram nas suas paredes”.
Os trabalhos irão prolongar-se por um ano. O topo da catedral será demolido e deverão ficar dois a três metros de altura a partir dos quais nascerá uma nova catedral.
A decisão “não foi fácil”, admitiu à Reuters o presidente da autarquia de Christchurch, Bob Parker. Mas para a reconstrução daquela que é a segunda cidade da Nova Zelândia terão de ser gastos 20 mil milhões de dólares neozelandeses (cerca de 12.600 milhões de euros), e só para recuperar uma parte da catedral seriam necessários, pelo menos, 50 milhões de dólares neozelandeses (31,5 milhões de euros), podendo a reconstrução total chegar aos 100 milhões (cerca de 63 milhões de euros).
A responsável da diocese considerou este custo “aterrador”, e embora admita que a decisão é polémica acabou por anunciar a demolição. “A catedral será demolida com todo o cuidado e respeito, para proteger os tesouros que abriga”, garantiu Victoria Matthews. Em seu lugar será erguida uma catedral “bela, inspiradora e segura”.
A decisão foi contestada por especialistas em conservação, que pediram às autoridades para reconsiderar. Um engenheiro de estruturas que trabalha na Califórnia, Kit Miyamoto, disse ao diário britânico The Guardian que a reconstrução é “exequível e comportável”. E adiantou: “Sei isso porque já foram feitos milhares de trabalhos como estes”. Miyamoto participou nos trabalhos de reconstrução no Haiti e já inspeccionou, em Setembro, a catedral de Christchurch.
Há um ano, a 22 de Fevereiro, a Nova Zelândia foi atingida por um terramoto de 6,3 na escala de Richter que destruiu boa parte do centro de Christchurch. Morreram 185 pessoas, cerca de 6000 casas ficaram destruídas e a catedral também não resistiu. Desde então tem sido debatido o futuro daquele ponto de encontro e atracção turística.
A decisão acabou por ser tomada agora. Victoria Matthews, arcebispo da diocese anglicana de Christchurch, anunciou nesta sexta-feira aos jornalistas que a catedral irá ser demolida. “A decisão foi tomada depois de muita deliberação e com as maiores preocupações quanto à segurança”, disse.
A demolição será gradual e cuidadosa, para salvaguardar as gravuras históricas no interior. Victoria Matthews fala até em desmontar, em vez de demolir. “Não haverá bulldozers nem máquinas de demolição”, garante. A catedral irá abaixo “com o maior cuidado para podermos conservar os tesouros que se encontram nas suas paredes”.
Os trabalhos irão prolongar-se por um ano. O topo da catedral será demolido e deverão ficar dois a três metros de altura a partir dos quais nascerá uma nova catedral.
A decisão “não foi fácil”, admitiu à Reuters o presidente da autarquia de Christchurch, Bob Parker. Mas para a reconstrução daquela que é a segunda cidade da Nova Zelândia terão de ser gastos 20 mil milhões de dólares neozelandeses (cerca de 12.600 milhões de euros), e só para recuperar uma parte da catedral seriam necessários, pelo menos, 50 milhões de dólares neozelandeses (31,5 milhões de euros), podendo a reconstrução total chegar aos 100 milhões (cerca de 63 milhões de euros).
A responsável da diocese considerou este custo “aterrador”, e embora admita que a decisão é polémica acabou por anunciar a demolição. “A catedral será demolida com todo o cuidado e respeito, para proteger os tesouros que abriga”, garantiu Victoria Matthews. Em seu lugar será erguida uma catedral “bela, inspiradora e segura”.
A decisão foi contestada por especialistas em conservação, que pediram às autoridades para reconsiderar. Um engenheiro de estruturas que trabalha na Califórnia, Kit Miyamoto, disse ao diário britânico The Guardian que a reconstrução é “exequível e comportável”. E adiantou: “Sei isso porque já foram feitos milhares de trabalhos como estes”. Miyamoto participou nos trabalhos de reconstrução no Haiti e já inspeccionou, em Setembro, a catedral de Christchurch.
Na ultima terça-feira- 22 de fevereiro de 2011, um terremoto matou pelo menos 65 mortos na segunda maior cidade da Nova Zelândia.
O terremoto de 6,3 graus na escala Richter, tem batido Christchurch, a segunda maior cidade da Nova Zelândia (lá vivem cerca de 400.000 pessoas), e causou pelo menos 65 mortos, segundo o Governo. O balanço pode aumentar, enquanto dezenas de pessoas estão presas (como o prefeito da cidade, cerca de 200 pessoas). É o segundo terremoto grave na área em cinco meses. O tremor aconteceu às 5 km do centro da cidade e 4 km de profundidade.
Uma das estruturas danificadas pelo terremoto foi a Catedral Católica do Santíssimo Sacramento, no qual, durante três anos, pode-se assistir a missa diária na forma extraordinária do Rito Romano. Abaixo, vemos uma fotografia do reverendo. P. John Rizzo, FSSP, no momento da consagração, durante a celebração da Santa Missa na forma extraordinária na Catedral do Santíssimo Sacramento.
O terremoto de 6,3 graus na escala Richter, tem batido Christchurch, a segunda maior cidade da Nova Zelândia (lá vivem cerca de 400.000 pessoas), e causou pelo menos 65 mortos, segundo o Governo. O balanço pode aumentar, enquanto dezenas de pessoas estão presas (como o prefeito da cidade, cerca de 200 pessoas). É o segundo terremoto grave na área em cinco meses. O tremor aconteceu às 5 km do centro da cidade e 4 km de profundidade.
Uma das estruturas danificadas pelo terremoto foi a Catedral Católica do Santíssimo Sacramento, no qual, durante três anos, pode-se assistir a missa diária na forma extraordinária do Rito Romano. Abaixo, vemos uma fotografia do reverendo. P. John Rizzo, FSSP, no momento da consagração, durante a celebração da Santa Missa na forma extraordinária na Catedral do Santíssimo Sacramento.
Como mostra a foto que abre este blog, a catedral foi severamente danificada e as peças estão completamente destruídas.Metade da Catedral, localizada na Rua Barbados,em Christchurch, entrou em colapso. O restante do edifício foi grandemente afetado pelas rachaduras. A torre também desabou.
O primeiro edifício terá 150 anos de idade. Era uma casa de madeira construída em 1860 em terreno doado à Igreja Católica. Foi posteriormente substituído por maiores, que se tornou a catedral católica romana em 1887.
Para acomodar a crescente população católica precisava de um novo prédio para que o projeto é contratado William Francis Petre, que convenceu o então bispo, Dom John Joseph Grimes, para construir uma catedral de estilo retangular das antigas basílicas cristãs - estilo neoclássico, o mais adequado e acessível do que o estilo gótico, que inicialmente queria o bispo.
A primeira pedra foi lançada em 1901 e foram necessários para construir mais de 3.400 metros cúbicos de aço, concreto cúbicos 113,27 metros e 90 toneladas de aço. O edifício foi concluído em 1905. A catedral foi descrito como um dos melhores exemplos de arquitectura religiosa na Australásia.
Patologias de Edifícios Históricos Tombados Estudo de Caso – Cine Teatro Central
Titulo:
Patologias de Edifícios
Históricos Tombados
Estudo de Caso – Cine
Teatro Central.
Fonte:
Data da reportagem:
11-01-2011
Fatores
deteriorantes:
Umidade, bolor
fungos, umidade relativa, fissuras devido raios ultravioletas.
Nome: Helker Teixeira de Oliveira
Costa
128.05
ano 11, jan 2011
Patologias de Edifícios Históricos Tombados
Estudo de Caso – Cine Teatro Central
Maria Teresa Barbosa,
Antônio Eduardo Polisseni, Maria Aparecida Hippert, White José dos Santos, Igor
Moura de Oliveira e Karla Teixeira Monteiro
Fig. 1 - Cine Teatro Central em Juiz de Fora.
Foto autores
Foto autores
1. Introdução
O termo Patrimônio Cultural pode ser entendido como o conjunto de bens
de interesse para a memória do Brasil e de suas correntes culturais formadoras,
abrangendo os patrimônios: arquitetônico, artístico, bibliográfico, científico,
histórico, museológico, paisagístico, entre outros. Dentro deste contexto,
engloba as representações, as expressões, os conhecimentos, as técnicas e
também os instrumentos, os objetos, os artefatos e os lugares que a eles estão
associados; as comunidades, os grupos e, em alguns casos, indivíduos que se
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural, e está associado a
construção e a acumulação de bens e à sua permanência, no tempo e no espaço,
portanto, à História e à sua continuidade e trajetória. São os testemunhos da
história e da cultura, produzidos pelos grupos sociais, que permitem conhecer o
modo de vida de pessoas que viveram em outras épocas e lugares, em situações
diferentes das nossas. Tudo isto nos conscientiza de que fazemos parte de um
todo maior, que continua nos dias de hoje e se estenderá para o futuro (1).
Se a ocorrência de problemas patológicos é grande nos edifícios atuais,
é bem maior nos antigos, como no caso do Cine Teatro Central (vide figuras 1 e
2), que constitui uma das principais atrações turísticas da cidade de Juiz de
Fora (Minas Gerais – Brasil). A caracterização da sua estrutura é o principal
objetivo, sendo também importante o conhecimento da sua história, projeto e
intervenções, a partir de dados coletados e depoimentos de pessoas envolvidas,
direta ou indiretamente, em concepção e realização (2).
Fig. 2
Foto autores
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Deve-se, portanto, levantar dados suficientes buscando detectar o
envolvimento das autoridades no que se refere à preservação e restauração para
se evitar a destruição do patrimônio arquitetônico e o rompimento da
consciência histórica.
A edificação se encontra com a fachada frontal direcionada para Praça
João Pessoa e os fundos para Rua Barão São João Nepomuceno; as laterais
encontram-se as galerias Ali Halfeld e Azarias Vilela. Possui os serviços:
água, luz, telefone, rede de esgotos e águas pluviais, rede viária pavimentada
e coleta de lixo.
Sua estrutura é constituída, basicamente, em alvenaria de tijolo maciço
com elementos de pórticos em concreto armado. A laje principal é reforçada com
estrutura metálica, devido a sua pequena espessura. Constata-se a presença de
marquises e platibandas em todo o seu perímetro; o telhado é constituído de
duas águas em telha cerâmica, tipo francesa, apoiada sobre uma estrutura mista
composta por: madeira (caibros e ripas) e aço (tesoura); entre a telha e a ripa
há uma película impermeável para promover a prevenção contra possíveis
vazamentos.
O teatro pode ser subdividido em duas partes: a área técnica e área de
acesso público. A área técnica é constituída por 4 (quatro)
pavimentos, sendo o primeiro, o subsolo, composto por: área de
serviço, 2 (dois) banheiros, 2 (dois) depósitos, caixa d’água, 1 (uma) entrada
de serviço e um fosso destinado a uso de orquestra. O segundo
pavimento encontra-se o palco, 2 (dois) camarins e área de circulação.
O terceiro, contempla 2 (dois) camarins, sala da antiga projeção e
área de circulação e, finalmente, o quarto pavimento, além da
sacada há o urdimento.
A área de acesso ao público é composta por 3 (três)
pavimentos e o sótão. No primeiro verifica-se a existência do
Foyer, de 2 (duas) bilheterias, de 2 (dois) halls de acesso às escadas, de 4
(quatro) escadas, da plateia, do hall da plateia, de 2 (dois) balcões laterais,
de 9 (nove) banheiros e de 3 (três) depósitos. O segundo pavimento é
constituído pela área para camarotes, 2 (dois) camarotes especiais, balcão
nobre, hall, 4 (quatro) banheiros e 2 (duas) escadas com hall. O terceiro apresenta
além da área da galeria, sala de projeção, 5 (cinco) banheiros, 2 (dois) halls
de acesso às escadas e 1 (uma) escada de acesso ao sótão e, finalmente, ao
nível do sótão há uma sacada.
2. Metodologia
O programa foi dividido em cinco etapas. Considerando as mesmas de forma
sucinta, tem-se: pesquisa bibliográfica; estudo de manutenção de imóveis
históricos tombados; estudo de casos: análise, inspeção preliminar, detecção da
necessidade de intervenção; análise das condições de manutenção de bens
públicos tombados (análise histórica do edifício, levantamento fotográfico das
patologias encontradas, seleção da estratégia a adotar, levantamento e
diagnóstico) e, finalmente, uma sistemática de proposta para recebimento dos
serviços a serem desenvolvidos.
Este trabalho pretende atingir resultados que possam contribuir para se
estimar, com maior consistência, os efeitos produzidos pela má conservação dos
patrimônios antigos e bens tombados bem como, das consequências dos maus tratos
com relação à conservação dos mesmos, o que poderá proporcionar, no futuro,
restaurações, recuperações e revitalizações mais precisas.
3. Avaliação e diagnóstico das patologias da edificação
3.1. Vistoria nas fachadas da edificação
A área externa do teatro reflete a aparência e a beleza do patrimônio
histórico – Cine Teatro Central, necessitando de observações nas questões podem
vir a contribuir para a degradação e o comprometimento da vida útil da
edificação. Neste sentido, constatam-se algumas anomalias que deverão ser
sanadas a fim de restaurar/ recuperar e garantir o perfeito funcionamento dos
elementos construtivos da edificação.
3.1.1. Fissuras na união parede - piso externo
Constatou-se a presença de fissuras na união parede/pavimento externo
(calçamento) em praticamente toda a extensão do teatro, principalmente nas
regiões localizadas nas galerias; essas são oriundas de movimentações
higrotérmicas entre componentes distintos, conforme ilustrado na Figura 3.
Deve-se considerar inclusive, o declive inadequado do pavimento que propicia o
acúmulo de água nessas regiões, bem como o desenvolvimento de fungos e bolores
e favorece o acesso da água para o interior da edificação.
Fig. 3
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3.1.2. Recalque no piso do passeio na fachada frontal
Observou-se, conforme ilustrado na Figura 4, um recalque próximo à
escada de acesso a entrada principal do teatro, oriundo, provavelmente, de
vazamentos na rede de capitação e/ou distribuição de água pluvial e/ou esgoto
da cidade. Verifica-se a ocorrência, sem sucesso, de intervenções a fim de
sanar tal transtorno.
Fig. 4
Foto autores
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3.1.3. Fissuras por atuação de sobrecarga nas aberturas de janelas
Observa-se o aparecimento de fissuras, com inclinação de cerca de 450,
no canto das aberturas de janelas e basculantes geradas pela falta e/ou
deficiência de vergas e contra-vergas, oriundo de erros no processo construtivo
da edificação, vide Figura 5. Salienta-se que esta patologia possibilita a
percolação de água e, posterior deterioração da argamassa de revestimento, bem
como dos materiais constituintes devido às movimentações higroscópicas.
Fig. 5
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3.1.4. Degradação da marquise, sobre muros e guarda-corpo das
fachadas da edificação
Constatou-se o desenvolvimento de bolor e fungos, bem como o
desprendimento do emboço nas extremidades das marquises devido à inexistência
de pingadeira, vide Figura 6. Tal fato foi observado em toda a extensão da
fachada da edificação.
Fig. 6
Foto autores
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A presença de umidade constante no guarda corpo e nos muros das fachadas
propiciam o desenvolvimento de microorganismos (fungos e bolores) resultando na
degradação da pintura e da argamassa de revestimento, comprometendo, assim a
vida útil dos materiais, conforme ilustrado na Figura 7.
Fig. 7
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3.1.5. Fissuras nas paredes externas
Constata-se a presença de fissuras na parede da varanda frontal,
exposta, diariamente a variação de temperatura, vide Figura 8. Verifica-se que
é oriunda da má execução dos serviços de reparo efetuados que desrespeitaram os
procedimentos necessários a serem adotados quando da união entre materiais
distintos, ocasionando tensões e resultando na ruptura, ou seja, fissura.
Fig. 8
Foto autores
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3.1.6. Telhas quebradas e/ou empenadas no telhado
Recentemente ocorreu uma reforma no telhado, sendo assim, constata-se
que sua estrutura está adequada, porém nota-se a ocorrência de telhas quebradas
e/ou empenadas que poderão ocasionar o aparecimento de vazamentos que serão
minimizados pelo sistema de impermeabilização existente entre as telhas e as
ripas, vide Figura 9.
Fig. 9
Foto autores
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3.1.7. Infiltração oriunda do sistema de impermeabilização (marquise e
sacada frontal)
A Figura 10 apresenta as imagens do teto da laje situada na entrada
principal do teatro, onde constata-se diversos pontos com presença de umidade
(infiltração de água), oriundos do vazamento do sistema de impermeabilização
utilizada na marquise (manta), bem como a deficiência no funcionamento dos ralos,
que se encontram, muitas vezes, entupidos.
Fig. 10
Foto autores
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3.2. Vistoria na parte interna da edificação
A área interna, assim como a externa do Cine Teatro Central, reflete a
aparência e a beleza do patrimônio histórico, necessitando de uma atenção
especial nas questões que podem contribuir para a degradação e o
comprometimento da vida útil da edificação. Neste sentido, observa-se algumas
anomalias que deverão ser sanadas a fim de restaurar/ recuperar e garantir o
perfeito funcionamento dos elementos construtivos da edificação. A seguir são
apresentadas as patologias identificadas com suas respectivas medidas
corretivas
3.2.1. Conservação dos pisos
Por meio de uma análise visual constataram-se diversas patologias nos
pisos da edificação, a saber:
§ Ladrilhos hidráulicos: observou-se a
existência de ladrilhos quebrados e/ou com elevado índice de desgaste
superficial e/ou deteriorados pela ação das intempéries. Deve-se considerar,
inclusive, a presença de fissuras e o descolamento de algumas peças, que sofreram
reformas com o emprego de cimento queimado, muitas vezes, de coloração e
textura diferenciadas, evidenciando a deficiência no controle tecnológico na
execução deste serviço; vide Figura 11.
§ Piso queimado das plateias: o piso de
cimento liso, queimado (vermelhão), apresenta-se com pontos de deterioração com
o aparecimento de fissuras e elevado desgaste.
§ Pisos vinílico: os pisos de PVC,
existente nos camarins e na bilheteria apresentam-se desgastados e
deteriorados.
§ Pisos cerâmicos: os pisos cerâmicos
utilizados nos banheiros dos camarins e dos Funcionários apresentam-se
deteriorados, trincados e manchados com vida útil comprometida pelo uso e falta
de manutenção.Deve-se considerar inclusive que os azulejos utilizados nos
banheiros dos camarins, das plateias, dos servidores e das bilheterias
apresentaram algumas patologias, sendo as principais: deficiência no material
de rejunte, descolamento de placas de azulejo, danos oriundos dos serviços de
manutenção de rede hidráulica, trincas devido à atuação de sobrecargas (falta
de contraverga).
Fig. 11
Foto autores
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3.2.3. Conservação das pinturas e revestimentos das paredes
As paredes da edificação merecem muita atenção ao se propor qualquer
alteração, uma vez que, a maioria, está incluída no tombamento do patrimônio
histórico. As principais patologias identificadas e suas medidas de correção
são listadas a seguir.
§ Fissuras devido a falta de verga e
contraverga: as fissuras devido à falta contra-vergas, conforme se observa na
Figura 5, é um exemplo de patologia presente em cerca de 80% das paredes nas
regiões próximas as janelas, basculantes e portas(vergas) da edificação. Tal
fato é oriundo da atuação de sobrecargas, ocasionando a entrada de água
(umidade) e a deterioração.
§ “Cantos vivos” danificados: verifica-se
vários “cantos vivos” (quinas) quebrados nas paredes do teatro, vide Figura 12,
bem como no detalhe artísticos existente no palco, que comprometem o sistema de
pintura. Essas patologias são geradas pelo atrito e impactos de equipamentos e
utensílios utilizados nas apresentações realizadas.
§ Umidade ascensional: vários locais na
edificação, no primeiro pavimento, apresentam patologias ocasionadas por
umidade ascensional, conforme de observa na Figura 13. Esta corresponde a um
foco de umidade na parte inferior de paredes com descolamento/estufamento da
pintura/revestimento causando deterioração da mesma.
§ Inclinação inadequada dos peitoris
das janelas: as janelas, em praticamente sua totalidade, apresentaram peitoris
com inclinação para região interna da edificação. Como não existe pingadeira
tem-se o retorno da água de chuva e consequentemente a deterioração da
argamassa de revestimento e da pintura, vide Figura 14.
§ Reparos mal executados: o teatro tem
sofrido pequenas intervenções (reparos), contudo a sua efetivação necessita de
cuidados, conforme ilustrado na Figura 15. Ressalta-se, nesses casos,
principalmente as pinturas da parede devido a sua importância histórica.
§ Patologias de umidade causados por
vazamentos nas calhas de esgotamento pluvial do telhado: observou-se, nas
regiões superiores do teatro, a presença de manchas de umidade oriundas,
possivelmente, de vazamentos da tubulação de captação de água do telhado. A
Figura 16 apresenta o detalhe de um dos cantos superiores do teatro. Pode-se
observar que os vazamentos estão deteriorando a pintura e ocasionando a
formação de microrganismos (fungos).
Fig. 12
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Fig. 13
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Fig. 14
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Fig. 15
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Fig. 16
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3.2.6. Recalque da região frontal do palco
Verificou-se que a parte frontal do palco apresenta 2 cm de desnível em
relação ao piso de cimento situado em região posterior. Percebe-se riscos aos
artistas e aos operadores. A Figura 17 mostra os detalhes deste desnível no
palco.
Fig. 17
Foto autores
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3.2.7. Conservação das portas
As portas encontram-se desgastadas, com presença de umidade e cupins,
partes quebradas, falta de fechaduras e/ou dobradiças.
Nas portas de vários cômodos é possível verificar as más condições das
fechaduras, trincos e dobradiças. Algumas portas da edificação detectam-se a
presença de cupins (60%) danificando a sua estrutura e estética.
3.2.8 – Conservação das Janelas
Durante a vistoria diagnosticou várias patologias nas janelas da
edificação. A maioria oriunda da ação do intemperismo e da falta de manutenção,
destacando-se: janelas apodrecidas oriunda da presença de umidade, regiões
danificadas devido a falta de serviços de manutenção, janelas com vidros
quebrados e/ou desuniformes com os modelos existentes no teatro.
4. Sistemática de produção e recebimento da obra
As fases de planejamento e projeto dizem respeito à previsão da
edificação, portanto, as decisões tomadas nessas fases são aquelas que
influenciam diretamente na qualidade do ambiente construído. Salienta-se que o
planejamento é um instrumento de integração entre a concepção e a produção,
enquanto que o projeto é o instrumento que viabiliza a produção do
empreendimento, concretizando a concepção (3).
No que se refere ao projeto, constata-se que se for efetuado inadequadamente
ocorrerá o surgimento de falhas, na relação com: o planejamento, a determinação
de fabricantes e fornecedores de materiais, além de graves problemas na
execução dos serviços, refletindo para os usuários e para a etapa de operação e
manutenção.
Dentre deste contexto, verifica-se que a etapa de projeto está
configurada como o fluxo de atividades de decisões que caracterizam por
momentos fundamentais, como: análises dos vínculos e objetos do projeto,
elaboração de hipóteses de soluções, determinação de soluções e a verificação
da correspondência das mesmas com os objetivos propostos. Essa verificação é
uma condição necessária e suficiente para um bom projeto, controlando e
validando a garantia de qualidade de um projeto de construção.
A fase preliminar de um projeto consiste em definir os vínculos e os
objetos do mesmo, conhecida também, por instruções. O responsável
pode ser o contratante com a ajuda de construtores e projetistas, para que se
definir os objetivos iniciais da qualidade em termos de funcionalidade e
ambiente ou então, mais genericamente, tecnológica. Nesta fase, são definidos
todos os objetivos, tanto técnicos quanto econômicos e, como será possível
alcança-los em função dos recursos disponíveis.
Na fase seguinte, denominada projeto funcional, são
definidas as características morfológicas e dimensionais dos espaços e dos
elementos a fim de se satisfazer as exigências dos usuários, terminando-a com a
identificação dos defeitos que devem ser estudados nas fases seguintes.
A fase de definições das tecnológicas de uma edificação, considerando a
durabilidade de um edifício e suas partes, poderá ser denominada porprojeto
tecnológico. Esta, também, e uma fase prescritiva onde se define os
elementos técnicos que garantam as condições de funcionalidade, habitabilidade
e conforto dos ambientes. E, finalmente, efetua-se o controle da durabilidade
do projeto, que resulta em soluções técnicas, em definições dimensionais,
materiais e construtivas, da partes que constituem cada elemento da edificação.
O quadro 1 apresenta alguns fatores que podem ser gerados nas diferentes
fases do projeto. O controle da durabilidade de uma solução poderá ser
analisado através da “análise do mecanismo de falhas”, podendo ser realizado
concomitantemente com o comportamento dos materiais, através de ensaios diretos
e indiretos, podendo ser obtida por:
§ Determinação dos elementos técnicos e
instalações que constituem o sistema tecnológico do edifício;
§ Determinação dos agentes degradantes,
aos quais aos materiais estão sujeitos;
§ Estabelecimento de uma correlação
entre as alterações dos materiais e a modificação geométrica e funcional dos
elementos;
§ Determinação da gravidade da falha e
sua estimativa quantitativa e qualitativamente.
Um exemplo ilustrativo da proposta apresentada está descrito no Quadro
2, no que se refere à confecção de argamassas. Estes requisitos fundamentais
devem garantir a garantia da qualidade e durabilidade das mesmas. Salienta-se
que para o controle da durabilidade a solução proposta deve determinar os possíveis
erros patológicos mediante uma análise dos mecanismos de falhas.
Conhecer as principais propriedades das argamassas no estado fresco (p.
ex.: trabalhabilidade, retenção da água), que resultam nas propriedades do
estado endurecido (p.ex.: capacidade de absorver deformações) é uma forma
eficaz de evitar alguns erros grosseiros que resultam em patologias.
Ao longo do tempo, independente do tipo do material ou do uso à que se
destina, deve-se exigir sempre as mesmas funções básicas das argamassas: unir;
vedar; regularizar e proteger.
Quadro 1 – Definições para cada uma
das fases do projeto de uma edificação
Fase do projeto
|
Produto
|
Fatores a considerar
|
Instrução
|
Objetivos e características gerais da edificação, tempo previsto,
usuário, atividades, requisitos e especificação funcional, dos ambientes e
tecnológicas.
|
Erros na definição do objetivo da qualidade.
|
Projeto funcional
|
característica morfológica-dimensional dos espaços e dos elementos,
tipo de ação para o usuário em cada ambiente (tipologia do elemento espacial)
|
Espaço inadequado para o desenvolvimento das atividades previstas
|
Projeto tecnológico
|
Requisitos e especificações tecnológicas, modelos funcionais e
tecnológicas.
|
Erro na definição tecnológica, nos objetivos relacionados a
caracterização do uso.
|
Durabilidade do projeto
|
Modelo de funcionamento primário da edificação e suas partes onde se
determina as soluções técnicas a serem adotadas
|
Erros na determinações dos materiais, deficiência na análise dos
agentes internos e externos.
|
Quadro 2 – Exemplo de análise dos
fatores que podem ser alterados para a execução de argamassa
Função
|
Argamassa
(concepção)
|
Argamassa (material)
|
Argamassa
(execução)
|
Materiais
|
Especificar espessura, traço que garanta durabilidade da edificação.
|
Emprego de materiais livre de impurezas e traço
|
Garantir a perfeita execução do serviço.
|
Causas
|
Proteção e impermeabilidade a penetração de agentes agressivos
|
Comprometimento da durabilidade e da vida útil devido a má qualidade
dos materiais
|
Uniformidade e garantia na perfeita execução dos serviços.
|
Efeito
|
Aumento da durabilidade
|
Aumento da durabilidade
|
Garantia da qualidade e da durabilidade
|
Gravidade
|
Alta
|
Alta
|
Alta
|
Frequência
|
Alta
|
Alta
|
Alta
|
Alternativa
|
Normalização técnica vigente ou definição do emprego de outra.
|
A ser definida
|
Gerenciamento da produção.
|
5. Conclusão
A manutenção de edifícios possui um significado abrangente tanto
econômico, social, acadêmico, cultural e técnico quanto jurídico. Nos países
desenvolvidos, o valor em cada ano pode atingir 2% do valor total dos prédios,
no Brasil, este valor poderá ser maior devido ao baixo controle de qualidade.
Segundo a normalização brasileira entende-se por manutenção de edifícios
“o conjunto de atividades a serem realizados para conservar ou recuperar a
capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes, de atender
as necessidades e segurança dos seus usuários. Dentre as necessidades dos
usuários enquadram-se as exigências de segurança, saúde, conforto, adequação ao
uso e economia cujo, atendimento é condição para realização das atividades
previstas no projeto” (4).
O diagnóstico das patologias de um edifício como um todo ou em suas
partes significa identificar as manifestações e sintomas das falhas, determinar
as origens e mecanismos de formação, estabelecer procedimentos e recomendações
para a prevenção. A partir do diagnóstico é possível planejar as atividades de
recuperação, restauração, dentre outras. Estes dados apóiam os serviços de
manutenção, que busca maximizar o desempenho quanto à segurança e habitabilidade
dos edifícios e minimizar os custos dos serviços e as intervenções a serem
efetuadas no mesmo.
As patologias do Cine Teatro Central indicam os problemas que vêem
surgindo através dos tempos, por isso, o objetivo é preservar as referências
culturais relevantes, remontar as características tradicionais e intrínsecas à
sua condição. No entanto, um projeto de preservação desse tipo não é simples de
ser implantado, mas, uma vez que se começa, fica muito mais fácil de continuar.
Espera-se, através deste enfoque, obter resultados que possam contribuir
para se estimar, com maior consistência, os efeitos produzidos pela má
conservação dos patrimônios antigos e seus acervos, bem como das consequências
dos maus tratos com relação à conservação dos mesmos, proporcionando, no
futuro, restaurações, recuperações e revitalizações mais precisas.
A simples ação de preservação e conscientização pode fazer crescer a
sociedade no futuro, pois o presente e o passado são coisas importantes para o
crescimento. Portanto, é preciso criar uma consciência ativa para preservar os
patrimônios culturais, ou as gerações futuras conhecerão o passado apenas
através dos álbuns de fotografias. Se não for levada a sério a preservação,
breve só restará o arrasamento de marcos, a destruição de patrimônios
arquitetônicos e muito arrependimento.
notas
1
BARBOSA, Maria Teresa; FINOTTI, Marzio H.; SOUZA, Vicente C. “Patologias de Edifícios Históricos Tombados de Propriedade da Administração Pública”, In:Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas. Aveiro, Portugal, 2008.
BARBOSA, Maria Teresa; FINOTTI, Marzio H.; SOUZA, Vicente C. “Patologias de Edifícios Históricos Tombados de Propriedade da Administração Pública”, In:Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas. Aveiro, Portugal, 2008.
2
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2007). Cine Teatro Central. Disponível em: <http://www.ufjf.edu.br >.
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2007). Cine Teatro Central. Disponível em: <http://www.ufjf.edu.br >.
3
BARBOSA, Maria Teresa; SANTOS, W. “Controle de Projeto como Instrumento de Prevenção de Patologias nos Postos de Saúde localizados na cidade de Juiz de Fora”, In: X Congreso Latinoamericano de Patología y XII Congreso de Calidad en la Construcción. CONPAT 2009. Anais. Valparaíso, de 29 de setembro a 2 de outubro, 2009.
BARBOSA, Maria Teresa; SANTOS, W. “Controle de Projeto como Instrumento de Prevenção de Patologias nos Postos de Saúde localizados na cidade de Juiz de Fora”, In: X Congreso Latinoamericano de Patología y XII Congreso de Calidad en la Construcción. CONPAT 2009. Anais. Valparaíso, de 29 de setembro a 2 de outubro, 2009.
BARBOSA, Maria Tereza; PIRES,
Verônica L. “Prevenção de Fissuras em Argamassas de Revestimento através do
Controle na Etapa de Produção de Uma Edificação”, In: 4th International
Conference on Structural Defects and Repair (CINPAR). Portugal, 2008.
ANGELIS, E.; POLTI, S.; TISO, A. “El
Controle del Proyecto como Instrumento para la Prevención de lãs Patologias de
la Co0nstrucción”, In: IV Congresso Iberoamericano de Patologia das
Construções. (CONPAT). Porto Alegre, v. 2, 1997, p. 309-318.
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Civil. Porto Alegre. 1997, pp. 29-58.
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Qualidade para Empresas Construtoras. São Paulo, PINI, 1995.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 5674. (1999). Manutenção de Edifícios – Procedimentos.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 5674. (1999). Manutenção de Edifícios – Procedimentos.
sobre os autores
Maria Teresa Gomes Barbosa é
Engenheira Civil, D.Sc. pela COPPE/UFRJ, Professora Associada da UFJF,
coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído/UFJF. Áreas de
interesse: materiais de construção civil, patologia das construções, inovação
tecnológica, enfocando, principalmente o Ambiente Construído e sua sustentabilidade.
Antônio Eduardo Polisseni é
Engenheiro Civil, D.Sc. pela UFRGS, Professor Associado da UFJF. Áreas de
interesse: materiais de construção civil, patologia das construções, inovação
tecnológica, enfocando, principalmente o Ambiente Construído e sua
sustentabilidade.
Maria Aparecida Steinherz Hippert é
Engenheira Civil, D.Sc.pela COPPE/UFRJ, Professora Adjunta da UFJF. Áreas de
interesse: materiais de construção, gerenciamento de empreendimento, inovação
tecnológica e informação tecnológica.
White José dos Santos é Engenheiro
Civil, aluno do curso de Mestrado Acadêmico em Ambiente Construído/ UFJF. Áreas
de interesse: materiais de construção, manutenção de edifícios,
sustentabilidade da edificação.
Igor Moura de Oliveira é Bolsista de
Treinamento Profissional da UFJF – Projeto: Cine Teatro Central, graduando do
curso de Engenharia Civil da UFJF.
Karla Teixeira Monteiro é Bolsista de Treinamento
Profissional da UFJF – Projeto: Cine Teatro Central, graduando do curso de
Engenharia Civil da UFJF.
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